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terça-feira, 21 de agosto de 2012

PEDRA DA CRUZ, OVNIS E OUTROS FATOS SOBRENATURAIS

Olá leitores! Retomamos as postagens, após longo intervalo.
Para início, estamos concluindo matéria sob o título PEDRA DA CRUZ, OVNIS E OUTROS FATOS SOBRENATURAIS, uma instigante matéria sobre discos voadores, ETs e outros fatos "sobrenaturais" ocorridos na região das Minas do Camaquã. 

Também serão retomadas as séries de matérias anteriormente iniciadas, agora com periodicidade semanal. 

Se você não "curte" a propaganda eleitoral, leia este blog no horário. Agora, se o seu gênero preferido é o surrealismo, então fique na propaganda eleitoral. 


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Pedra da Cruz - Minas do Camaquã - Caçapava do Sul - RS
Foto: Roque Oliveira

PEDRA DA CRUZ, OVNIS E
OUTROS FATOS SOBRENATURAIS 

O município de Caçapava do Sul é palco de belíssima paisagem natural, destacando-se a região das guaritas, um conjunto de formações rochosas que se estende até o município de Santana da Boa Vista, constituindo-se numa atração turística, especialmente de quem busca o turismo ecológico ou de aventura.

Na divisa entre os dois municípios, em Caçapava, está localizada  a Vila das Minas do Camaquã, uma mineração de cobre já desativada. Na vila permaneceram remanescentes da população dos mineradores. Além dos atrativos naturais, Caçapava do Sul e, em especial, as Minas do Camaquã, tem sido notícia pela ocorrência de OVNIS (objetos voadores não identificados), popularmente conhecidos como "discos voadores". Em Caçapava já existe um grupo organizado de estudos ufológicos e o tema tem atraído turistas, curiosos e estudiosos à região.

Pelo que se tem de notícias, o ponto de atração dos OVNIS nas Minas do Camaquã é a Pedra da Cruz, uma formação rochosa que se destaca ao lado da vila e na qual, há muitos anos, foi colocada uma cruz luminosa. A Pedra da Cruz é praticamente uma identidade do local e suas fotos constam em qualquer publicação encontrada sobre as minas. 

Uma curiosidade, apesar de constituir um símbolo das Minas do Camaquã, a Pedra da Cruz está localizada no município de Santana da Boa Vista, à margem do Arroio João Dias que divide os municípios. Resumindo: esse marco turístico de Caçapava do Sul fica, na verdade, no território de Santana da Boa Vista. 

Voltando aos OVNIS, as notícias dão conta da forte incidência de aparições na região das Minas do Camaquã. Parece que os discos voadores adotaram como referência de suas incursões a Pedra da Cruz, talvez pelo ponto luminoso em destaque, talvez por razões extraterrestres...

Até aqui nada além da natural curiosidade despertada pelo fenômeno ufológico e, possivelmente, a disputa pela titularidade do ponto de referência (Pedra da Cruz), que ao que se saiba nunca gerou qualquer incidente diplomático entre as duas potências. 

Eis que, talvez por influência dos ETs, marcianos, ou seja lá quem esteja tripulando as espaçonaves alienígenas, surgem na região outros fenômenos sobrenaturais. Dentre estes, destaca-se - devido ao período em que estamos vivendo,   a transferência de algumas dezenas de eleitores do município de Caçapava do Sul, residentes nas Minas do Camaquã, que reapareceram como eleitores do município de Santana da Boa Vista, mesmo sem lá residirem.

Segundo informes de fontes fidedignas, um contingente expressivo de eleitores residentes e domiciliados nas Minas do Camaquã, Município de Caçapava do Sul, lá pelas tantas, apareceu na condição de eleitor do município de Santana da Boa Vista, ao que parece, mediante comprovações fraudulentas de residência.

O fato, é certo, constitui uma ilegalidade, somada a outras, como a declaração falsa de endereço residencial.  A condição de eleitor é privativa de pessoas capazes, portanto responsáveis por seus atos. Logo, uma primeira indagação é: porque as pessoas cometeriam uma fraude desta natureza, sabendo estar infringindo a lei?

Na região, muitas são as teses sobre o "fenômeno". Uma delas é a de que estes eleitores teriam sido "abduzidos" por uma nave extraterrestre e "despachados" do lado santanense. Um bolicheiro da região, o Benemidio, garante que já viu um ET, disfarçado de agente do "Luz para Todos", circulando pelas redondezes e manipulando declarações falsas de residência. 

Perguntado ao Benemídio: "Mas qual o interesse desse ET?" Respondeu de pronto: "votos". À segunda indagação: Para quem? Benemínio desconversa e resmunga entre dentes: Esse "bicho" do disco voador quer ajudar alguém a embarcar numa "cauda de comêta" pegando carona no "Luz para Todos". 

Hum! Hum! Discos voadores, ETs, transferência fraudulenta de eleitores, cauda de comêta, Luz para Todos, essa conversa está ficando cada vez mais complicada. Coisa do outro mundo. Pedra da Cruz, cruz iluminada, discos voadores, Luz para Todos. Tudo muito confuso e, a pergunta recorrente: Como esses eleitores foram parar lá?

Pensando bem, só pode ser obra de extraterrestres e discos voadores. Dentre os habitantes de Caçapava e Santana da Boa Vista não deve ter alguém com estatura moral tão baixa para manipular domicílios eleitorais, seja lá para beneficiar que interesses.  Os ETs, possivelmente, não conhecem nossas leis. Logo, a eles não se aplica o princípio de que a ninguém é permitido descumprir a lei alegando seu desconhecimento.

Para encerrar, uma última pergunta: Será que o Ministério Público Eleitoral acredita em ETs?

Oxalá os extraterrestres e seus discos voadores, ao invés de fraudes, sejam portadores de "luz para todas" as consciências. 

Nota: Qualquer semelhança com fatos da vida real, inclusive quanto às referências e trocadilhos, pode não ser mera coincidência. 




segunda-feira, 28 de maio de 2012

BRASIL 2017 - III



Sumário:
Apresentação (Postagem I)
1. Prólogo (Postagem II)
2. Origens: Descoberta, Colônia e Monarquia (Postagem II)
3. A República em Ciclos
3.1 República Velha
3.2 Governo Getúlio Vargas
3.3 Anos Dourados
3.4 Anos de Chumbo
3.5 Abertura e Democracia
4. Nação e Cidadania
5. O Sexto Ciclo:  Uma encruzilhada no caminho
6. Palavras finais (ou iniciais...)



3. A República em Ciclos: República Velha, Governo Getúlio,
    Anos Dourados, Anos de Chumbo, Abertura e Democracia

3.1   A República Velha

O período denominado Republica Velha durou 41 anos, iniciando com a proclamação da república, em 1889, e culminando com a Revolução de 1930. O advento da república não foi, na completa acepção da palavra, uma revolução. Seguindo os moldes da América Latina, onde “as fardas costumam falar em nome da sociedade”, a proclamação da república foi uma quartelada, um golpe militar, representando interesses de parcelas das oligarquias dominantes.

Neste artigo não há espaço, nem é a intenção, para aprofundar a análise sobre o que mais convinha ao país, se o regime monárquico ou republicano. O que releva registrar é que a velha aristocracia logo se acomodou ao novo regime, mantendo o status quo por meio da prática do coronelismo. Sob a égide da república, no lugar dos barões agora os coronéis detém o poder regional.

O longo período da República Velha foi caracterizado por agitação política, com movimentos rebeldes localizados (como no Rio Grande do Sul, as revoluções de 1893 e 1923, dentre outras escaramuças), e por eleições fraudulentas. Daí surge a figura do “Cavalo do Comissário”, ou seja, do candidato da situação que terá, se necessário, o poder de “arrumar” os resultados eleitorais.

Aspecto importante a destacar é que menos de 5% da população em idade adulta tinha direito ao voto, considerando-se que analfabetos e mulheres não tinham a condição de eleitores.

Neste período, enquanto transcorria a segunda fase da Revolução Industrial (o automóvel, o avião e outros avanços), enquanto a humanidade estremecia com a Primeira Guerra Mundial (1914/1918), o Brasil movia-se a passos lentos sob a hegemonia da “Política Café com Leite” (domínio da política nacional por São Paulo e Minas Gerais).

Por fim, o desgaste do sistema político dominante, os efeitos da crise econômica de 1929 (quebra da Bolsa de Nova York e a Crise do Café no Brasil), além de fatores secundários; foram responsáveis pelo fim da “Política Café com Leite” e pela Revolução de 1930, levando Getúlio Vargas ao poder e encerrando o ciclo da República Velha. 

domingo, 6 de maio de 2012

ESTATÍSTICAS DE ACESSOS AO BLOG

TEXTOS MAIS ACESSADOS/Data da Postagem
(posição em 06.05.12)


Em todo o período:
1.º - Aniversário do Clube do Livro - 18.03.12
2.º - Notificação à Diretoria do Clube do Livro - 07.08.11
3.º - Artigo Publicado no Clarim Santanense - 24.07.11
4.º - O Plátano Falante - 14.08.11
5.º - À Memória de Eraldo Freitas da Silva - 24.07.11


No último mês:
1.º - Carta Aberta ao Presidente do Clube do Livro - 15.04.12
2.º - Um Domingo de Sol - 22.04.12
3.º - O Plátano Falante - 14.08.11
4.º - Aniversário do Clube do Livro - 18.03.12
5.º - O Cuidador da Vaca - 18.03.12
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Série de postagens em publicação:  BRASIL 2017

SÓ EM CASO DE PERCISÃO (Conto)


Mês de março. Sol quente. Tempo da colheita de arroz. Quaresma. Tempo em que as cobras estão mais venenosas, segundo a tradição local.

Estamos em um lugar qualquer, num cantão de mundo, distante da chamada “civilização”, onde ainda predominava a “lei do mais forte”. Os descendentes dos primeiros colonizadores, com sobrenomes nobres, dedicam-se à pecuária e alguns, mais recentemente, à monocultura em grandes extensões de terra - primeiro o arroz, depois a (ou o) soja.

Os outros, negros, mulatos, pardos, ou são “agregados” das fazendas, morando no fundo das invernadas, ou peões das grandes lavouras, alguns já morando em corredores. Uns poucos possuem pequenas extensões de terras, onde se dedicam a agricultura de subsistência, não dispensando o complemento de renda como peões, da fazenda ou da lavoura, num disfarçado regime de servidão.

Bem, deixemos as considerações sociológicas e vamos ao fato daquela tarde mormacenta.

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O bolicho de campanha estava movimentado. Homens e rapazotes dividiam-se em grupos. Uns jogando cartas, outros bebendo e contando pataquadas. As mulheres, na capela não muito distante, faziam orações, por si e pelos maridos e filhos. Os homens do lugar também acreditavam nos santos, embora confiassem mais nas armas...

Quase sem que percebam chega um tipo diferente, montando um cavalo bem encilhado, que amarra um pouco distante dos demais e dirige-se à porta do bolicho. As botas fazem ruído forte no pedregulho, em compasso com o tilintar das enormes esporas.

O traje, um misto de gaúcho e caubói. Chapéu de aba grande, com os lados dobrados para cima. Na cintura, pendia um revólver calibre 38, de marca S&W. No coldre de arma, três fileiras de balas. Completando a figura, uma faca coqueiro com lâmina de uns trinta centímetros, atravessada nas costas.

O forasteiro para na porta e fala alto e grosso: “Buenas tardes!!!” Algumas respostas, resmungos e silêncios... O tipo valentão fala para o bolicheiro: “Cachaça para todo mundo, por minha conta. Enche aquele ali (apontando para um copo grande)”.

Servida a pinga, o valentão joga uma “pelega” de cinco contos de réis sobre o balcão, apanha o copo, vai até a porta e despeja um pouquinho, rugindo: “é para o Santo...”. Na sequência, passa o copo para o mais próximo, que bebe e passa para o outro, assim continuando.

O clima é tenso. Já quase não se fala no bolicho. Os carteadores pararam o jogo. Nisto, o copo chega a um negrinho meio pardo, estatura franzina, aparentando vinte e poucos anos. Ele passa para o próximo sem beber. O valentão, atento à sena, berra: “Tu não bebeu, negro!”. O preto responde, num fio de voz: “Eu não bebo, senhor”.

O valentão, com fisionomia de contrariado, resmunga: “Há, tu não bebe...”. Olhou para o dono do bolicho e determinou: “Serve meio copo, naquele ali”, apontando para um copo na prateleira. O bolicheiro serviu o meio copo. O valentão, gritou: “Completa com farinha de mandioca”. Ao que o comerciante atendeu prontamente.

Ato contínuo o valentão, chispando de raiva, tira o revolver do coldre, enfiando o cano no copo e mexendo a farinha com a cachaça. Volta-se para o negro e alcança o copo, agora já com uma colher dentro, dizendo: “Beber tu não bebe, mas comer tu vai comer, porque eu estou pagando e não aceito desfeita”. Continua com o revólver na mão, enquanto o negro começa a encher a boca com colheradas daquela improvisada paçoca.

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Meia-tarde. Calor, mormaço. Silêncio no bolicho. Até dá para ouvir as mulheres, na capela, cantando “Ave Maria! Ave Maria! Ave...”.

Os homens estão calados. Em algumas caras percebe-se que estão se divertindo com a cena; em outras, visivelmente, o medo. Um relógio de parede, daqueles antigos, começa a badalar marcando quatro horas. Alguns olhares desviam-se para a direção do relógio.

Em uma fração de segundos, impossível de perceber como tudo começou, o negro cuspe uma porção da paçoca em direção aos olhos do valentão. No mesmo movimento joga-se ao chão, com seu corpo parecendo um “xis”: uma perna no chão, um braço voltado para baixo e outro para o alto e, finalmente, a segunda perna em direção à cabeça do valentão, desferindo uma patada certeira.

Ninguém percebeu como o rapaz apanhou o revolver e, de imediato, alcançou-o ao comerciante. Ágil, volta ao valentão e aplica-lhe um violento pontapé na região de sua “masculinidade”.

No chão, o valentão encontra-se fora de combate, contorcendo-se e com as mãos “naquele lugar”, o do segundo golpe, olhos esbugalhados e um rosnar que denuncia mais dor do que raiva.

O preto franzino, serenamente, apanha seus poucos pertences e dirige-se à porta para sair do local. Um dos presentes, recuperando-se do estado de letargia coletiva, pergunta: “Ô negro, onde aprendeste isso”.

O rapazote responde, apressado e com voz fraca:
“Isto é capoeira. Aprendi com meu avô, que foi escravo. Mas ele disse para usar só em caso de percisão.”  Pediu licença e desapareceu na curva da estrada. Da capela, ainda vinha o som de “Ave Maria! Ave Maria! Ave...”.

 Nota: 
 Núcleo do texto adaptado de conto de domínio público, transmitido pela tradição oral.

terça-feira, 1 de maio de 2012

Brasil 2017 - II


Sumário:
Apresentação (Postagem I)
1. Prólogo
2. Origens: Descoberta, Colônia e Monarquia
3. A República em Ciclos
3.1 República Velha
3.2 Governo Getúlio Vargas
3.3 Anos Dourados
3.4 Anos de Chumbo
3.5 Abertura e Democracia
4. Nação e Cidadania
5. O Sexto Ciclo:  Uma encruzilhada no caminho
6. Palavras finais (ou iniciais...)


1.  Prólogo

“O presente é o futuro do passado.”

Esta afirmativa, extraída de algum texto sobre estratégia, tanto pode se aplicar à trajetória e carreira pessoal, ao planejamento estratégico de uma empresa ou, em âmbito mais abrangente, à história de um país.

Um olhar estendido ao passado, numa visão retrospectiva de nossa história, certamente demonstrará que o cenário vivido nos dias atuais é uma conseqüência de fatos, decisões e posturas adotadas em tempos pretéritos.

Se isto for verdadeiro, a decorrência lógica é que os caminhos que nos levam ao futuro estão sendo escolhidos no presente. Em outras palavras, com as opções, decisões, atos e atitudes de hoje, estamos desenhando o cenário do amanhã.

Esta é, em síntese, a idéia que norteia o texto. Sem qualquer pretensão científica, busca estimular uma reflexão sobre o destino de nosso país em uma perspectiva de futuro próximo, tomando como referências os diversos ciclos da história, o cenário contemporâneo e as tendências projetadas.

Ao final, o leitor não encontrará uma conclusão, mas alternativas de destinos, as quais, como na programação de uma viagem, poderão servir de subsídio para a escolha do caminho e dos meios para o percurso.

2. Origens: Descoberta, Colônia e Monarquia

Partindo-se do fato que a história oficial chama de “descoberta”, podemos constatar que os “descobridores” portugueses, na verdade, fizeram uma apropriação de terras que já tinham dono.  Foi assim em todo o continente americano, iniciando com a exploração das riquezas e culminando com o extermínio dos habitantes nativos. A história escrita e ensinada pelo “homem branco” nunca destinou muito espaço para este capítulo.

A divisão de ciclos da história geral mostra que o período da Idade Média encerrou-se próximo do ano 1500, época das grandes navegações e descobertas.  Nesta perspectiva de tempo, o período do Brasil Colônia coincidiria com a chamada Idade Moderna, ciclo de grandes transformações na Europa.

Tal conclusão, entretanto, é falsa. Enquanto no Velho Mundo ocorriam mudanças políticas, econômicas e sociais, os exploradores portugueses transportaram para o Brasil o defasado modelo da Idade Média. Aqui, os feudos foram representados pelas capitanias hereditárias e as relações de poder, do ponto de vista humano, seguiam padrões piores do que aqueles vigentes ao final do medievo na Europa.

Este ciclo de costumes e práticas da Idade Média, no Brasil, perdurou durante todo o período colonial, sendo lícito concluir-se que já iniciamos nossa história com atraso de aproximadamente 300 anos em relação ao chamado mundo civilizado.

A independência do Brasil, já no Século XIX, em muitos aspectos, não mudou este cenário de idade média. Como exemplo, veja-se o regime de escravidão dos negros, que permeou quase todo o período da monarquia. Uma sociedade que pratica o tráfico e a escravidão de seres humanos, certamente ainda não alcançou os ciclos definidos como Idade Moderna e Idade Contemporânea.

Assim chegamos às portas do Século XX. Não bastassem os 300 anos de atraso em relação ao processo civilizatório, representados pelo período colonial, é comum afirmar-se que a Proclamação da República foi a nossa Revolução Francesa com 100 anos de atraso.

Neste aspecto, em que pesem os 100 anos, é temerário afirmar-se que a instauração da república representou, na prática, a adoção do conjunto de ideais propugnados ao som da Marselhesa. Os primeiros dois ciclos da história republicana constituem um alerta aos mais ufanistas. Os que vieram depois, de igual sorte, não significaram grande evolução, especialmente em termos do exercício da cidadania. 

quarta-feira, 25 de abril de 2012

O CLUBE DO LIVRO EM TÓPICOS


BIBLIOTECA PARA QUE?

A origem do Clube do Livro Coriolano Castro, que ao início chamou-se provisoriamente apenas de “Clube do Livro”, foi uma biblioteca, fundada e mantida pelos associados e, especialmente, pelas primeiras diretorias.

Conforme registrado na Notificação à Diretoria do Clube do Livro (ver postagem neste blog, em agosto de 2011), com o surgimento da rádio comunitária a biblioteca foi relegada a segundo plano, chegando ao ponto de ser praticamente desativada, com sério prejuízo ao acervo, tendo livros danificados e extraviados. Esta situação começou a ser resgatada no ano de 2007, com a instalação da sede do Clube do Livro no quiosque da Praça Jacinto Inácio, com espaço próprio para os livros.

Mais recentemente, já na atual gestão de diretoria, o Diretor de Biblioteca Renato Soares conseguiu importante doação de livros do acervo da antiga CRT/Brasil Telecom. Recebida a doação, o espaço junto ao atual prédio sede do Clube do Livro tornou-se insuficiente, sendo locado um espaço próprio  e designada uma funcionária para atendimento da biblioteca.

Recentemente, com o pedido de demissão da funcionária que atendia a biblioteca, o presidente do Clube do Livro decidiu que não haverá substituição e,  também, que os livros seriam transferidos de volta para o prédio onde funciona a rádio comunitária. É certo que o espaço não comporta o acervo agora ampliado. O Diretor Renato Soares divergiu desta decisão e está contratando, às suas expensas, uma pessoa para dar continuidade no atendimento ao público.

O que se sabe é que as medidas do todo poderoso presidente em relação à biblioteca são, na verdade, uma atitude de retaliação ao Diretor Renato Soares porque este vem fazendo questionamentos sobre a lisura e transparência da atual gestão, inclusive formalizando pedidos de informações não respondidos ou com respostas evasivas. 

Renato Soares é um dos poucos integrantes da atual Diretoria que tem vínculo com a história do Clube do Livro, do qual foi presidente em um tempo em que a diretoria se cotizava para pagar as despesas da instituição, diferentemente das últimas gestões quando diretores se fazem, ou fizeram,  remunerar por “serviços prestados à rádio” ou gozam de mordomias às custas do Clube do Livro.

CULTURA, QUE CULTURA?

Dentre os fins estatutários do Clube do Livro está a disseminação da cultura. Daí sua primeira atividade ter sido a criação de uma biblioteca. Quando eu apresentava o programa de rádio do Clube do Livro, nos anos 2007 e 2008, pautávamos os espaços com temas voltados às finalidades estatutárias. A própria trilha sonora do programa, entre os blocos, buscava refletir esta finalidade, rodando MPB ou música nativista genuína, jamais músicas no estilo “vai abaixando, vai abaixando...”.  É triste ver uma instituição cultural reduzida a este nível.

Na condição de sócio fundador, entristece ver o desvirtuamento das finalidades do Clube do Livro, que virou simples “barriga de aluguel” da rádio comunitária, sendo esta transformada em trampolim para promoção pessoal de uns e alavanca de pretensões diversas aos fins que originaram a instituição. Uma mistura de autoritarismo e deslumbramento pauta a dupla de diretores/locutores que vem apresentando os últimos programas da instituição, aos sábados, onde esbanjam auto elogios e justificativas (fica até difícil entender o que tanto justificam?).

 As comemorações do aniversário do Clube do Livro (sempre referidas por uma diretora/locutora como o “aniversário da rádio”) foram feitas com “fests” e boates  animadas ao som de “funknejo” (como é mesmo que se escreve este negócio?). Não se teve notícia de um sarau literário, de uma palestra, enfim, de alguma atividade efetivamente cultural.

Nos últimos tempos, em falta de disseminação do conhecimento, da realização de atividades culturais, até as comemorações do aniversário da instituição e a trilha sonora do programa oficial viraram vulgaridade. Para ser franco e falar no popular: virou chinelagem...

CASO DE POLÍCIA

A última reunião da Diretoria do Clube do Livro, realizada na semana passada, teve a presença de 5 participantes, dentre estes o Presidente e o Diretor Renato Soares. Ao tratar de questões envolvendo a transferência da biblioteca o assunto pegou fogo, com a contestação do Diretor Renato, que também renovou questionamentos sobre a lisura e transparência dos atos de gestão, fazendo com que o presidente ficasse ofendido, já que seus atos, ao que parece, estão fora de questionamentos.  O assunto foi parar na polícia, com registro de ocorrência realizado pelo ofendido presidente. O Diretor Renato já prestou seu depoimento e o caso deverá chegar à Justiça.

É a isto que o atual presidente, com a conivência de uns e a omissão de outros, está levando uma instituição como o Clube do Livro Coriolano Castro, onde reuniões de diretoria viram “caso de polícia”. Na verdade, o que está a merecer a investigação da polícia não são os questionamentos ou manifestações do Diretor Renato Soares, mas sim a falta de transparência na aplicação dos recursos do Clube do Livro, dentre estes recursos públicos repassados pela Prefeitura e Pela Câmara Municipal, incluindo aí a sonegação fiscal da previdência.

Por oportuno, em um programa de rádio, já comentado na recente postagem Carta Aberta ao Presidente do Clube do Livro, o Senhor Presidente disse que vem sendo questionado ou criticado “por um ou dois”. Agora denunciou um. Diante dos fatos, associo-me aos questionamentos e dúvidas levantadas pelo Diretor Renato Soares. Denuncie mais um, Senhor Presidente: são dois.

SEM MEDO E SEM PREÇO

Para concluir, conto uma pequena história dos tempos da ditadura. Tempos duros, em que os afilhados do regime podiam tudo, como acontece nos regimes de força.

Na delegacia de polícia de Santana trabalhava um jovem inspetor, responsável pelo registro de veículos, na época feito na polícia civil. Chega na delegacia um cacique político local, notoriamente detentor de contatos com altas figuras do regime. Vai registrar um caminhão de sua frota e orienta o jovem policial para alterar o ano de fabricação no registro, colocando o veículo como mais novo.

O policial reage dizendo: “não posso fazer isso, é ilegal”. O cacique político, do alto de seu poder, afirma: “faça que tu não vai te arrepender, vai ser bom para ti”. Perplexo, indaga o servidor público: “Como assim?”. Recebe como resposta: “Tu vai poder ficar aqui enquanto tu quiser”. O policial, já impaciente com a situação, replica indagando: “E se eu não fizer, tu vai me transferir daqui?”; ouvindo em tom autoritário: “Sim, eu posso te transferir”.

O diálogo, cujo relato ouvi já faz algum tempo, foi aproximadamente este. Pouco tempo depois o policial, que não aceitou a falcatrua proposta, foi transferido, somente retornando a Santana muitos anos depois, quando a ditadura já tinha encerrado seu ciclo. Os velhos caciques, contudo, fizeram escola, semearam sementes que germinam de tempos em tempos... E, quando um povo não tem a prática do exercício da cidadania, o autoritarismo floresce e se alimenta de gente que se assusta, que se vende, que se omite, enfim, de "chapas brancas" e "paus mandados"...

Mas nem tudo está perdido, porque ainda existem homens sem medo e sem preço. O jovem policial que não se vergou aos caciques da ditadura era Renato Soares. Os partidários do autoritarismo, os aprendizes de cacique político tem razões para não suportá-lo. Adepto da mesma causa, sou integralmente solidário à posição defendida por Renato Soares. Se necessário, estaremos juntos no banco dos réus.
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E por falar em “preço” e  em “veículos”, vai aí um hipotético anúncio (que bem poderia ter sido publicado no Clarim Santanense; ops, este também está sob censura):

“Vendo automóvel Fiat Uno, ano 2000, no estado. Um mimo de carro, andando e tudo o mais. Você vai se amarrar nele! Preço de barbada: só R$ 13.500,00 (nem precisa consultar tabelas e cotações, porque é uma pechincha). Nota Fiscal no porta-luvas."
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Nota: Já divulgado, ao final da postagem Carta Aberta ao Presidente do Clube do Livro, meu endereço para intimações ou citações.


domingo, 22 de abril de 2012

BRASIL 2017 - I


Apresentação:

Nos anos de 2007 e 2008, último período em que integrei a Diretoria do Clube do Livro Coriolano Castro, produzi e apresentei o programa do Clube do Livro na Rádio Santana, sob o título de “Comunidade & Cidadania”. Compartilhando o espaço com outros integrantes da diretoria, sempre procuramos divulgar informações de interesse da comunidade e, também, atender aos fins culturais da instituição, abordando temas voltados à disseminação do conhecimento.

Dentro do espaço cultural, para o qual reservava um dos 3 ou 4 blocos do programa, produzi e apresentei duas séries. A primeira, no ano de 2007, intitulada “Retrospectivas de Nossa História”, fazendo uma abordagem iniciada na Idade Clássica, passando pela Idade Média, enfatizando aspectos da América Pré-Colombiana e a situação de seus habitantes, finalizando com os ciclos do Brasil Colônia, Monarquia e República, ampliando as matérias sobre cada ciclo da república.

No ano de 2008, já com o Clarim Santanense circulando novamente, produzi uma série de artigos publicados neste jornal, também apresentados na Rádio Santana, em alusão aos 40 anos das eleições municipais de Santana da Boa Vista, no ano em que se realizava a 10.ª eleição. Exatamente neste ano em que se realizam novamente eleições municipais (nossa 11.ª), vou reproduzir aquela série de artigos neste espaço, após a publicação do texto “Brasil 2017”.

A redação deste trabalho, Brasil 2017, tem sua origem naquela série produzida para a Rádio Santana em 2007. Ao pesquisar os diferentes períodos da história da república, deparei-me com uma sequencia de tempos que apontavam para a conclusão do ciclo então vivido, o da redemocratização do país, iniciado em 1985 com a eleição indireta do primeiro presidente civil, conforme demonstrado a seguir:

1.º Ciclo - República Velha - 1889/1930 (41 anos);
2.º Ciclo - Governo Getúlio Vargas - 1930/1945 (15 anos);
3.º Ciclo - A Redemocratização - 1946/1964 (18 anos);
4.º Ciclo - Governos Militares - 1964/1985 (21 anos);
5.º Ciclo - Período Contemporâneo - 1985... (até 2007, 22 anos).

Analisando estes dados, cheguei à conclusão de que o último ciclo, da redemocratização e consolidação da democracia no país, estava chegando a seu final, em decorrência dos resultados alcançados e pelo próprio decurso do tempo, considerado com a duração dos ciclos anteriores. Com o advento das próximas eleições gerais no ano de 2010 e o final do governo vigente, chegaríamos ao final do ciclo.

À época, entre os anos de 2007 e 2008, tive a oportunidade de abordar o tema em alguns cursos e palestras, sustentando a tese de que a partir de 2011 estaríamos iniciando o 6.º Ciclo da história republicana do país, o que significaria uma encruzilhada sobre os rumos a seguir. Hoje, após a crise econômica mundial de 2009 e a eleição da primeira mulher para a presidência do país, em 2010, não tenho dúvidas de que iniciamos um novo ciclo histórico.

É certo que a transição entre ciclos da história não é claramente percebida em seu início. Somente o transcurso do tempo, com a devida análise de causas e consequências, permite o registro de sua ocorrência.  Nesta conformidade, é possível que transcorram, no mínimo, uns 5 ou 6 anos para que tenhamos a noção clara do encerramento do ciclo anterior. Daí o título “Brasil 2017”, numa perspectiva de futuro onde pretendo concluir com alguns questionamentos sobre rumos a serem construídos a partir do presente.

Por fim, cumpre alertar aos leitores de que, não tendo o autor uma formação em história ou ciência política, o presente trabalho não vem revestido de rigor científico, podendo apresentar falhas ou equívocos de interpretação. Contudo, não tenho a pretensão de ministrar lições de história. Como interessado pelo tema, notadamente no que diz respeito ao exercício da cidadania em nosso país, pretendo compartilhar ideias, complementando-as com a colaboração de tantos quantos me honrarem com a sua participação neste espaço.

A seguir, a publicação de BRASIL 2017 (em módulos semanais).
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 BRASIL 2017

1. Prólogo
2. Origens: Descoberta, Colônia e Monarquia
3. A República em Ciclos
3.1 República Velha
3.2 Governo Getúlio Vargas
3.3 Anos Dourados
3.4 Anos de Chumbo
3.5 Abertura e Democracia
4. Nação e Cidadania
5. O Sexto Ciclo:  Uma encruzilhada no caminho
6. Palavras finais (ou iniciais...)

UM DOMINGO DE SOL


Porto Alegre. Outono, mês de abril. Um domingo de sol. Nada de excepcional, além da inspiração para escrever uma crônica de domingo, sem pretensões literárias, simples registro de fatos e impressões do cotidiano.

Uma manhã rotineira, acordar cedo, cevar o mate, colocar um CD a rodar (esqueci que CDs não rodam, mas deixemos assim) e chimarrear sem pressa. Nenhum programa prévio, salvo o convívio em família, uma caminhada no parque, “secar” o Internacional (o Grêmio jogou ontem, ufa!!!) e, inevitável, dar uma passada na agenda dos compromissos de segunda-feira.

Ainda pela manhã, lembrei que o escritor Juremir Machado estaria autografando seu livro “Getúlio”, no Brique da Redenção e, segundo escreveu em sua coluna no Correio do Povo de sábado, buscando um contato direto com os leitores. Já tenho o livro, mas decidi ir ao evento apanhar um exemplar para presentear um aniversariante dos próximos dias. Com a mateira a tiracolo, fui ao Parque da Redenção para o encontro com o escritor.

A fila de autógrafos, o papo com outros leitores diários do jornalista, troca de referências sobre sua obra e, finalmente, meu contato com o autor de alguns dos livros de minha estante. Cumprimentos, papo rápido e saio todo contente com o livro autografado. Fico a pensar no que diria ao Juremir se tivesse mais tempo. Me identifico muito  com os textos diários deste jornalista sem papas na língua, que se autodenomina “escritor maldito”.

Temos afinidades. Ambos vivemos a infância nos campos de Santana, ele no Distrito de Palomas, em Santana do Livramento, eu no Rincão dos Dutras, em Santana da Boa Vista; ele relata suas andanças em tropeadas com o pai, na fronteira, eu  fiz tropeadas com meu pai nos campos de Santana, Piratini e Pinheiro Machado. Ambos habitamos o Bairro Bom Fim, na capital. Somos da mesma geração, eu ligeiramente mais velho.

Perdoem a falta de modéstia na comparação, mas acho que somos ambos malditos, ele um maldito notório, eu um maldito anônimo. Enquanto o reconhecido jornalista chega diariamente a milhares de leitores e ouvintes, com sua coluna no Correio do Povo e espaço na Rádio Guaíba, eu festejo algumas dezenas de acessos a meu blog em uma semana e estou censurado na Rádio Santana (guardadas as proporções, neste aspecto acho que sou mais maldito).

Continuo a caminhada pelo espaço dominical do Brique da Redenção. Gente de todas as idades, pais com bebês em carrinhos, casais de namorados, idosos, gente junto e gente avulsa, verdadeira fauna humana. Nos gestos e nos olhares um ponto em comum, a descontração e a serenidade. É um espaço de convivência pacífica onde até as rivalidades político/eleitorais são respeitadas, cada um em seu espaço, cada um com sua bandeira, lugar para todos.

Outro aspecto singular é a presença dos artistas de rua, em suas diversas formas de manifestação. Detenho-me a ouvir um cantor, tocando violão e desfilando seu repertório de MPB. O velho artista, um preto de cabelo grisalho, tem aquela voz forte e ao mesmo tempo suave dos irmãos afro. Conversando com sua esposa, que comercializa seus CDs, fiquei sabendo que o artista foi cantor da noite. Comprei um CD, cumprimentei o cantor e saí deliciado com a harmonia do violão e voz.

Enfim, o relógio biológico informa que é hora de voltar para casa. Retorno sem pressa, com o mate lavado, um livro e um CD em baixo do braço. Já passa do meio-dia, hora do almoço.  Alimento para o corpo, porque o espírito já está alimentado pelo convívio com o ambiente saudável, pelo encontro com meu “escritor maldito preferido”, pelas cores e sons do parque, pela sinfonia da vida.

domingo, 15 de abril de 2012

CARTA ABERTA AO PRESIDENTE DO CLUBE DO LIVRO

1 - ANTECEDENTES

No último dia 18 de março postei, neste blog, texto sob o título ANIVERSÁRIO DO CLUBE DO LIVRO, reportando-me à NOTIFICAÇÃO À DIRETORIA DO CLUBE DO LIVRO  (postagem com data de 07 de agosto de 2011). Na sequencia, ainda em 18 de março, publiquei O CUIDADOR DA VACA (Pequena Fábula) e, em 28 de março, RETORNO E AGRADECIMENTO AOS LEITORES.

Todos os textos tratam da situação do Clube do Livro Coriolano Castro, instituição da qual sou sócio fundador e ex-presidente, onde aponto irregularidades administrativas e denuncio o desvio de finalidades desta associação cultural, como a suspeita de uso para promoção pessoal ou com fins politico/eleitorais, como já ocorreu em passado recente.

Também aponto, de forma detalhada na NOTIFICAÇÃO À DIRETORIA DO CLUBE DO LIVRO (documento enviado em data de 14.04.2010 à então Presidente Eloisa Melo de Oliveira e ao Diretor de Finanças e Patrimônio Derli Oliveira de Melo),  a manutenção de pessoal empregado de forma irregular e o passivo trabalhista e previdenciário daí decorrente.

Especificamente na publicação ANIVERSÁRIO DO CLUBE DO LIVRO, faço alusão à deficiência nas prestações de contas e o inconveniente e perigoso vínculo entre os cargos de Presidente do Clube do Livro, do atual titular, e sua condição de candidato a candidato às eleições municipais deste ano, ao que se comenta em possível coligação com a atual Prefeita Municipal.

Tal situação se torna mais grave quando se tem conhecimento do repasse de recursos financeiros públicos ao Clube do Livro, pela Prefeitura Municipal, em contrapartida pelos serviços de rádio difusão, e que a aplicação de tais recursos poderão reverter em promoção pessoal do potencial companheiro de chapa da Prefeita nas próximas eleições, incluindo nisto além da exposição pública o uso da infraestrutura da instituição.

2 - A REAÇÃO

Além de outros fatos que provavelmente eu não tenha conhecimento, em face da distância, a reação do Presidente do Clube do Livro veio a público por meio de sua manifestação no Programa de Rádio da instituição, levado ao ar no último sábado, dia 14 de abril, quando o Presidente divulgou a convocação de Assembleia Geral de Prestação de Contas e estendeu-se em comentários sobre críticas que vem recebendo, embora sem citar nomes.

Não cabe aqui reproduzir a íntegra da manifestação do Presidente, mas é interessante registrar alguns trechos que dão notícia do tom usado. Em dado momento, ao falar sobre sua gestão e a prestação de contas do Clube do Livro, afirmou o Sr. Derli: “(...) desafiar quem tem dúvidas...”. Logo a seguir, disse que “uns e outros tem tentado distorcer a realidade” e, na mesma sequencia afirmou: “são um ou dois que serão convocados para comparecer à assembleia geral”.

Desnecessário tecer maiores comentários sobre o tom utilizado, que revela estar o Senhor Presidente muito contrariado com os questionamentos feitos à sua gestão, questionamentos que não são apenas meus, mas até de integrante de sua própria Diretoria. Esta contrariedade transforma-se em provocação quando utiliza a expressão “desafiar”.

Talvez o Senhor Presidente, do alto do poder a que se alçou, com apoio dos poderes maiores no âmbito do município, entenda que não há legitimidade deste sócio fundador e ex-presidente para questioná-lo, questionamento este que só faço de público após dois anos de notificação que nunca foi respondida (tenho em arquivo as cópias dos ARs comprovando os recebimentos da notificação extra-judicial pelos dois dirigentes do Clube do Livro já anteriormente referidos).

Neste sentido, venho dirigir-me diretamente ao Presidente, por meio desta Carta Aberta, ratificando meus alertas e apontamentos e respondendo aos termos de sua manifestação no programa de rádio do último sábado.

3 - CARTA ABERTA AO PRESIDENTE

Senhor Presidente,

Inicialmente, cumpre afirmar de público que minha tomada de posição neste caso não tem nenhum caráter de ordem pessoal, embora necessário dizer-lhe, também publicamente, que já não deposito em Vossa Senhoria a mesma confiança que um dia depositei.

Contudo, Senhor Presidente, entendo estar legitimado, na condição de associado plenamente em dia com minhas obrigações sociais, a questionar os atos dos gestores da instituição da qual fui um dos fundadores, sem que isto necessariamente se constitua em agravo de ordem pessoal, salvo se os atuais gestores entendam que seus atos estão imunes à quaisquer questionamentos.

Neste sentido, estranhei seu tom ao utilizar a expressão “desafiar”. Ela não é necessária e, perdoe a franqueza, não fica bem no moço educado e bem articulado que eu conheci há muitos anos e com quem travei muitos agradáveis e produtivos diálogos.

Aqui faço um parêntese para lembrar-lhe da frase popular: “dize-me com quem andas...”.

Essa expressão “eu desafio...”, esse tom que rotulo de provocativo, foram muito utilizados recentemente por uma figura conhecidíssima na política santanense, uma espécie de “Hugo Chaves caboclo”, grandalhão, sempre pronto para uma provocação e desafio, hoje fora de cena. Alerto-o, afetuosamente, não queira “copiar os modos” porque não levaram ao um final feliz.

Mas, voltando ao seu “desafio”, informo-lhe de que eu não vou comparecer à sua Assembleia Geral. Não por medo, pois enfrentei os remanescentes da ditadura militar, aí mesmo, na década de 80, quando ainda tinham todo o poder e a força, e ajudei a sepultar o cadáver já decomposto do malfadado regime de exceção.

Não vou dar número, nem na plateia e nem no picadeiro, ao circo em construção. Não vou me expor ao “rolo compressor” montado por associados de última hora, na maioria “chapa branca” ou vinculados politicamente ao Paço Municipal, angariados apenas para elegê-lo, com todo o respeito aos que não tem esta condição, lamentavelmente uma minoria sem poder real. Tenho legitimidade e vou usá-la em outras instâncias.

Logo, poupe o selo da “convocação”, até porque não lhe reconheço legitimidade para convocar-me seja lá para o que for. Repito, não é pessoal, é uma questão institucional. Vem da extinção ilegal do Conselho Deliberativo do Clube do Livro e, na sequencia, da já referida “montagem” do quadro social para elegê-lo. Em síntese, não reconheço legitimidade em sua eleição. Mas o senhor está na presidência e, nesta condição, é a quem devo questionar.

Quanto à sua afirmativa, no programa de rádio, de que “uns e outros tem tentado distorcer a realidade”, creio que numa alusão aos meus apontamentos, quero apresentar-lhe uma sugestão, a qual certamente permitirá colocar tudo às claras, desmascarando estes “um ou dois...que tentam distorcer a realidade.

Eu apontei, na notificação enviada em 14.04.2010, ainda na condição de integrante do Conselho Deliberativo do Clube do Livro (publicada neste blog em 07.08.2011), dentre outras irregularidades, a manutenção de pessoal trabalhando sem a regularização do vínculo de emprego, gerando um passivo trabalhista e previdenciário.  

Hoje, ao que se sabe, tem 4 (quatro) empregados regularizados e uns 6 ou 7 (seis ou sete), com o vínculo comprovado, trabalhando e recebendo de forma irregular (sejam empregados ou não, o serviço remunerado tem incidência da contribuição previdenciária).

Se a irregularidade apontada for verdadeira, o Clube do Livro está com acumulado débito previdenciário que, uma vez autuado pela fiscalização da Previdência Social, terá que ser pago ou, no mínimo, parcelado, sob pena de a instituição não poder mais receber qualquer repasse de recursos do poder público (como as transferências mensais da Prefeitura e da Câmara de Vereadores para custeio dos respectivos programas de rádio).

Mas Vossa Senhoria afirma que estão tentando distorcer a realidade. Então, para esclarecimento da situação, façamos o seguinte:

1 - Reúna a documentação de caixa do Clube do Livro/Rádio Comunitária dos últimos 5 (cinco) anos, constituída pelos livros caixa e pelos documentos correspondente aos pagamentos de pessoal, a qualquer título.

2 - Assegure-se que esta documentação seja preservada, garantindo-se também a sua autenticidade. Qualquer dúvida a este respeito ou a dispersão de documentos deste período, nas atuais circunstâncias, seria muito negativa, pois não permitiria esclarecer os questionamentos feitos, lançando ainda maiores suspeitas.

3 - Chame, de modo espontâneo e formal, a fiscalização do Ministério do Trabalho e da Previdência Social para fiscalizar o Clube do Livro/Rádio Santana (do resultado desta auditoria teremos o atestado de isenção de quaisquer débitos ou as autuações decorrentes de eventuais infrações).

4 - Se por ventura forem encontradas irregularidades e/ou débitos, por eventual desconhecimento dos gestores, adote as providências corretivas pertinentes, salvaguardando a instituição e demonstrando sua boa-fé (lembre-se de que além de vir alertando informalmente sobre a situação, desde o ano de 2007, em 2010 eu formalizei notificação com alerta).

 5 - Se, adotados estes procedimentos, com o exercício de fiscalização conforme sugerido, não forem encontradas irregularidades, comprometo-me desde já em formalizar público pedido de desculpas pelas suspeitas levantadas.

6 - Por outro lado, a desconsideração ou a negativa em seguir esta sugestão permitirá que continuem as suspeitas, mesmo que arguidas apenas por “um ou dois”, desde que estes tenham legitimidade e conhecimento para manifestar-se sobre o assunto.

Até aqui, Senhor Presidente, tratei apenas da questão envolvendo possíveis irregularidades de ordem trabalhista e previdenciária, que uma vez autuadas poderão comprometer nossa instituição, inclusive, como já dito, vedando o recebimento de recursos públicos.

Já quanto à suspeita de promoção pessoal, com uso indevido da estrutura do Clube do Livro, com possíveis fins político/eleitorais, podemos voltar a este assunto com mais tempo, em outro dia. Contudo, especialmente considerando o grupo que atualmente está no comando da administração municipal, ao qual parece que o Senhor está aliado com vistas às próximas eleições, calha contar-lhe, de forma breve, o fato que segue.

No ano 2000, o mesmo grupo político estava na administração do município. A rádio comunitária era recente e havia todo um deslumbramento com o veículo de comunicação. Ao mesmo tempo, o então prefeito municipal não media consequências de seus atos de promoção pessoal. Numa destas, ocupou a rádio, juntamente com um séquito de correligionários, fazendo propagando partidária/eleitoral fora do tempo e das regras legais.

Constituído como advogado para tratar do assunto, ofereci denúncia cujo processo  culminou com a condenação do então prefeito a uma multa de 20.000 UFIRs, hoje algo próximo de uns R$ 45.000,00.  Ao que eu soube, dita multa acabou sendo paga às vésperas das eleições do ano 2008, sob pena de inviabilizar o registro da candidatura do ex-prefeito e candidato àquelas eleições.

Conto-lhe esta história para auxiliá-lo, como um alerta em tempo adequado, pois consideradas as atuais circunstâncias é certo que o Ministério Público Eleitoral deverá estar vigilante, especialmente diante do fato de que a Prefeitura Municipal repassa recursos para uma instituição que tem como presidente um potencial candidato em chapa da situação.

Por fim, coloco-me à disposição para levar aos ouvintes da Rádio Santana a minha posição sobre os fatos alvo da notificação extra-judicial e publicações posteriores, por meio de entrevista ou em debate moderado por mediador escolhido de comum acordo, assegurando assim a democratização da informação.  

Respeitosas Saudações.

Moacir Donato Rosa de Oliveira
Sócio fundador e ex-presidente do
Clube do Livro Coriolano Castro
Advogado - OAB-RS 16.139 

Notificações, citações ou intimações poderão ser enviadas 
para meu endereço profissional, a seguir:
Rua Gen. Cypriano Ferreira, 443 - Centro
 Porto Alegre - RS (CEP 90010-330)
Contatos pelo e-mail: moacirdonato@gmail.com 

quarta-feira, 28 de março de 2012

RETORNO E AGRADECIMENTO AOS LEITORES

Após 10 dias das ultimas postagens, recebemos 226 acessos ao ECOS DO CLARIM. A postagem mais acessada foi ANIVERSÁRIO DO CLUBE DO LIVRO, com mais de 50 acessos. Realmente, o toque do CLARIM está fazendo ECO. 

Inicialmente, cumpre agradecer aos leitores e, de modo especial, àqueles que indicaram a outros a leitura deste blog. Ao mesmo tempo, tomo a liberdade de sugerir aos que leram apenas as últimas postagens que façam um passeio pelos textos anteriores.

Recomendo a leitura da NOTIFICAÇÃO À DIRETORIA DO CLUBE DO LIVRO, postada em agosto/2011. Embora seja um texto longo, traz um histórico completo da instituição e de seus problemas atuais, permitindo uma melhor compreensão do tema.

Nos próximos dias, darei continuidade às postagens sobre o assunto, por meio da Série FRAUDES & CALOTES, onde serão postados os seguintes títulos:
- O Calote da Colenda (Excelências também dão calotes...)
- Fraude no Registro do Estatuto
- O Conselho Cassado
- Uma Eleição Ilegítima

Apesar da relevância dos temas envolvendo o Clube do Livro, também abordamos outros assuntos neste espaço, como o leitor poderá constatar ao fazer um passeio pelas postagens anteriores. 


Contrariamente ao que afirmam alguns "donos da verdade", não falo só de política. A prova disto está nos inúmeros textos publicados em mais de 25 anos, alguns deles compilados em meu livro "QUARENTA", o qual creio que esteja disponível na biblioteca do Clube do Livro (se não foi também censurado). 

Diversificando a forma de expressão, tanto escrita como falada, também fiz algumas incursões no campo da arte participando de diversos festivais em nossa Santana da Boa Vista, tendo conquistado em duas oportunidades o Prêmio Composição Mais Popular, por indicação do público, com os trabalhos:
- Lamentos de um Rio (7.º Festival Chamamento da Arte Nativa)
- Preta Velha  Benzedeira (4.º Festival Encantadas da Canção) 

Contrariando ao que afirmam certos "iluminados", não falo só de política. Mas quando trato deste tema o faço com conhecimento de causa, tendo dedicado bom tempo ao estudo da história e de ciências afins. 


Em meu conceito, falar de política não se restringe a fazer discursos populistas e demagógicos, ou simplesmente atacar adversários. Exige conhecimento do passado, consciência do presente e visão do futuro. 

Neste aspecto é compreensível que alguns "pseudo-gênios" locais tenham dificuldade para entender uma linguagem que vai um pouco além de seu alcance. E aí, a solução é tentar calar a voz ou apagar a imagem de quem, talvez em sua inconfessável inveja, lhes faça sombra. 

Da para entender porque fui "silenciado" na rádio local, porque foi boicotada a continuidade da circulação do Clarim Santanense e, agora, propõem reeditá-lo com outro nome. Acaso seria por  rancor, inveja ou medo de "algum nome" vinculado ao velho Clarim Santanense?

Enfim, apesar da censura e do boicote, para contrariedade dos censores e para sofrimento dos invejosos, minha palavra continua chegando aos meus conterrâneos. São os ECOS DO CLARIM. 

Moacir Donato

domingo, 18 de março de 2012

ANIVERSÁRIO DO CLUBE DO LIVRO

Nesta data, 18 de março de 2012, comemora-se o 27.º aniversário de fundação do Clube do Livro Coriolano Castro. Naquele distante 18 de março de 1985, eramos 7 sócios fundadores. Buscavamos agregar pessoas interessadas por assuntos vinculados à cultura, especialmente por livros e literatura. Daí surge a ideia de formar uma biblioteca, com doações e empréstimos de livros pelos próprios associados. 

Em 11de junho do mesmo ano o Estatuto Social foi aprovado e eleita a primeira diretoria, tendo na presidência a Professora Clotildes Borges. Já no mês de julho, circulava a primeira edição do órgão informativo do Clube do Livro, o Clarim Santanense. Tem início uma história de idealismo e de idealistas, que viria ultrapassar um quarto de século, alternando avanços e tropeços, que passarei a relatar em postagens neste blog.

No ano de 2009, quando eu integrava o Conselho Deliberativo do Clube do Livro, propus a criação de um grupo de trabalho para organizar as festividades do 25.º aniversário da instituição, que seria comemorada em 18 de março de 2010. Devido a uma série de fatos que relato na Notificação à Diretoria do Clube do Livro (postagem neste blog em data de 07.08.2011), a proposta não mereceu qualquer atenção ou acolhida e a importante data passou totalmente obscura.

Surpreende-me que neste ano, o 27.º aniversário tenha merecido destacadas comemorações, embora a programação, pelo que tomei conhecimento à distância, tenha sido pouco alusiva aos fins culturais da instituição. Foram shows, "fest's", boates, uma benção em praça pública coincidindo com o horário da missa dominical na igreja, ao que eu soube, forçando o padre a fechar a porta para poder rezar sua missa sem o "ruído" do evento concorrente...  

Mesmo na condição de sócio fundador, ex-presidente da instituição e colaborador em diversas atividades ao longo dos anos, não fui merecedor de um convite para os cerimoniais do 27.º aniversário. Tomei conhecimento à distância, assim como venho tomando conhecimento da grave situação enfrentada pela instituição que fundamos com idealismo para ser dedicada a fins culturais e não para servir, como hoje, de trampolim político para dirigentes descomprometidos com os verdadeiros fins estatutários. 

Neste sentido, sugiro a leitura da Notificação à Diretoria, já anteriormente referida, cuja postagem concluí nesta data, acrescendo notas ao final. Os fatos registrados naquela notificação, datada de 14.04.2010 se agravaram de tal forma que, hoje, ao invés de parabenizar os atuais dirigentes pelo aniversário do Clube do Livro, sirvo-me desta data para lançar uma denúncia e alerta, que ampliarei em postagens futuras. 

A atual gestão de diretoria, sob a presidência do Sr. Derli Oliveira de Melo, que acumula também a presidência do Sindicato dos Trabalhadores Rurais e de um partido político que fundou recentemente no município (fala-se que para concorrer em chapa majoritária nas eleições municipais), prima pela total falta de transparência em seus atos.

Neste cenário, o Conselho Fiscal encontra-se inativo desde o último trimestre do ano de 2011, por licença ou demissão de seus integrantes; as decisões da diretoria não constam de atas registradas em livro próprio; os fartos recursos financeiros angariados estão custeando até a aquisição de um veículo para uso do multi-presidente em um período pouco recomendável, especialmente considerando o repasse de recursos públicos para a instituição e a deficiência nas prestações de contas. 

Para maior clareza, a fim de melhor entendimento se restar alguma dúvida: o Clube do Livro recebe repasse de recursos para prestação de serviços de rádio para a Prefeitura Municipal e para a Câmara Municipal; os registros e prestações de contas, na ausência de atuação efetiva de um Conselho Fiscal, certamente são deficientes; o Presidente candidato a candidato (fato público e notório) adquire, em pleno ano eleitoral, um veículo para uso do Clube do Livro/Rádio, sob discutível autorização da Diretoria da instituição.

Na mesma esteira de fatos, os festejos de aniversário, dadas as circunstâncias, também podem ser colocados na vala da suspeita de promoção pessoal. E o repasse de recursos públicos, como fica? E a fiscalização da aplicação de tais recursos, quem faz? E a manutenção de empregados com vínculos irregulares, com infração à legislação trabalhista e sonegação fiscal (INSS), apesar do alerta deste associado em notificação há quase 2 anos? 

Realmente, parece-me que não temos qualquer motivo para comemorações. Contudo, a data apresenta-se oportuna para uma reflexão e para a denúncia. Com esta intenção, estou postando este comentário para diversos endereços de santanenses ou de pessoas vinculadas a Santana. 

Quem tiver interesse pelo assunto, multiplique esta mensagem. Quem não desejar mais receber as postagens, favor comunicar pelo e-mail divulgado para contato. 

Finalmente, aos atuais dirigentes do Clube do Livro Coriolano Castro um recado: após 2 anos da Notificação desconsiderada, após a extinção ilegal do Conselho Deliberativo, após a eleição arranjada com apoios e interesses alheios aos fins do Clube do Livro, estou começando a luta pela salvação da instituição da qual fui fundador. 

Espero que meu grito ajude a despertar consciências adormecidas. Com o mesmo vigor juvenil de 1985 estou colocando em forma o meu exército de um homem só, tendo como arma apenas a palavra. 

Moacir Donato Rosa de Oliveira
Sócio fundador do Clube do Livro
Ex-Presidente da Diretoria Executiva
Ex-Diretor do Clarim Santanense
Ex-Presidente do Conselho Deliberativo
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Apêndice - Índice de matérias postadas em 2011
24.07.2011 - Apresentação
24.07.2011 - Artigo Publicado no Clarim Santanense Dez/2008
24.07.2011 - À Memória de Eraldo Freitas da Silva
31.07.2011 - Preta Velha Benzedeira - Uma homenagem à Tia   Vergínia
04.08.2011 - Censura Dirigida
07.08.2011 (início postagem) - Notificação à Diretoria do Clube do Livro Coriolano Castro
14.08.2011 - O Plátano Falante
28.08.2011 - Semana em Revista
11.09.2011 - 11 de Setembro
18.09.2011 - Semana Farroupilha
27.10.2011 - Próximas Postagens