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domingo, 11 de dezembro de 2016

A MINERAÇÃO DE CHUMBO E O RIO CAMAQUÃ

Não tenho por hábito manifestar opinião sobre assunto que desconheço. Por isto, meu silêncio até este momento sobre a questão envolvendo as notícias sobre a exploração de chumbo nas Minas do Camaquã, em Caçapava do Sul, e seus possíveis reflexos na bacia hídrica do Rio Camaquã (que banha diversos municípios até chegar à Lagoa dos Patos).

Nascido e criado na "costa do rio", costumo dizer que as águas do Camaquã são a ceiva que alimenta minhas raízes. Esse sentimento é reforçado pela honra que tenho em ser o autor da composição LAMENTOS DE UM RIO, adotada como hino do Consórcio Intermunicipal de Defesa do Rio Camaquã - CIDERCA (letra e áudio podem ser acessados no website do consórcio). 

O assunto, por certo, é de extrema relevância e não pode ficar restrito à discussões sobre os aspectos do desenvolvimento econômico e à geração de empregos, embora também estes sejam relevantes. Necessário se ter, igualmente, uma visão de médio e longo prazos, envolvendo os impactos gerados por essa atividade econômica e seus possíveis riscos. 

Como disse ao início, não tenho por hábito emitir opinião sobre assuntos que desconheço. Por isto, vou dedicar parte de minhas férias para pesquisar o tema e para manter contatos com profissionais que possam auxiliar-me no entendimento do assunto. A partir daí, pretendo posicionar-me e definir meu eventual engajamento na questão.

DIA DO SERVIDOR PÚBLICO

Nesta data comemora-se o Dia do Servidor Público. Os adeptos do negativismo dirão que não há o que comemorar. Bem, acho que o "feriado" ou "ponto facultativo" tem esta conotação. É assim que eu vejo, de uma ótica positiva. 


Independente do ponto de vista de cada um, trata-se de oportunidade para uma boa reflexão, a iniciar pelo sentido da expressão "servidor público". Em atividades docentes realizadas com grupos de servidores, estaduais e municipais, já provoquei esta reflexão dezenas de vezes.

Convivo com o serviço público, em diferentes áreas do governo do estado e em municípios de diversas regiões, há mais de 20 anos, ocupando cargos de assessoria, gerência, direção, e também atuando em consultoria e docência. Sem exibicionismo, posso dizer que adquiri um amplo conhecimento da estrutura e funcionamento da administração e do serviço público. 

Esta vivência me permite afirmar convicto que a responsabilidade pelas deficiências, mau funcionamento e eventual mau atendimento dos serviços públicos (o que não é regra geral), não pode ser atribuída aos servidores. 



Convivi nesse tempo todo com uma maioria predominante de servidores competentes e dedicados, que abraçaram a carreira pública, muitos deles desestimulados é verdade, mas dotados de consciência de seu papel. Mesmo a minoria que não preenche este perfil não pode ser responsabilizada pelas deficiências. 

A responsabilidade pela qualidade do serviço público, assim entendidos requisitos como custos, cumprimento de prazos, atendimento final, dentre outros, é exclusivamente dos gestores, assim entendida toda a estrutura gerencial. E como sabemos, a maior parte desses cargos são preenchidos levando em consideração, predominantemente, requisitos de natureza política. 

A gestão pública funciona atendendo ao seguinte trinômio: cumprimento de normas, interesse político, planejamento e gestão. Enquanto as normas, embora indispensáveis, trazem certo engessamento, o interesse político leva a desvios inaceitáveis e ilícitos. Assim, o planejamento e gestão, quando existe, acaba vindo em último lugar. 

Enfim, a má interpretação das normas ou seu uso como desculpa para "não fazer", os desvios de fins para atender a interesses político/partidários ou de grupos, junto com a falta de planejamento e a ineficácia na gestão, constituem responsabilidade exclusiva dos gestores. 


Faço desta reflexão minha homenagem às centenas, talvez milhares, de servidores públicos com os quais tive a honra de conviver, de trocar experiências, de aprender.


Nota: postado no facebook em 28.10.2016

PLEBISCITO SEPARATISTA

Parece que é hoje o plebiscito informal. Com todo respeito aos adeptos da ideia, registro minha opinião:
 
- eu quero meu país com a maior floresta e pulmão verde do mundo e com a maior reserva de água doce (que devemos conservar e proteger); 


- eu quero meu país com a capacidade de trabalho dos bandeirantes paulistas e com a alegria do carioca e a beleza do Rio de Janeiro, de Salvador, dentre outras;


- eu quero ser patrício daquele povo gentil, com um sotaque lindo, das Minas Gerais e do Nordeste, bem como do caboclo do Norte, do caipira e do pantaneiro; uma diversidade e riqueza cultural fantástica;


- eu não quero fazer parte de uma republiqueta com tendências conservadoras, racistas e xenófobas; por isto, eu quero continuar sendo brasileiro, com o mesmo orgulho de ser gaúcho.


Precisamos, sim, rediscutir o pacto federativo, com ações reais e não apenas virtuais. Há muitos anos atras já me posicionei contra a proposta de separação da metade sul do RS. Desde os tempos da escola primária sempre fui ruim na operação de dividir.

Se o amigo leitor se identifica com esta ideia, multiplique-a. Podemos, assim, fazer um debate civilizado e, principalmente, iniciar uma mobilização pela rediscussão do pacto federativo.



Nota: postado no facebook em 01.10.16

O MOMENTO DO BRASIL - XI


RESPEITO, SIMPLESMENTE

Ser diferente é não permitir que o mau 
comportamento  alheio influencie o nosso.

Leio nos jornais que a ex presidente Dilma retornará a Porto Alegre no próximo domingo e que seus apoiadores organizam ato para recepcioná-la. Conclamo aos poucos que me leem, e que integram o lado oposto ao da ex presidente, que se abstenham de qualquer hostilidade (virtual ou presencial), mantendo-se distantes do ato, do trajeto e da chegada da Sra. Dilma, que retorna à sua cidade e à sua família. 

Não podemos permitir que as provocações, agressões e vandalismos praticados por aqueles a que nos opomos venham a modelar nosso comportamento, ou estaremos igualados na torpeza. As imensas maiorias silentes, como estava eu até há pouco, estão observando comportamentos e certamente farão seu julgamento. 

A ex presidente tem o direito de retornar em paz ao seio de sua família e de seus afetos. Seus partidários tem o direito de recebê-la e de render-lhe as homenagens que entendam devidas. O que nem ela, nem seus companheiros, ou quaisquer outros tem direito é de insuflar o ódio e a violência, por qualquer tipo de manifestação ou ação, o que, por constituir crime, ou no mínimo apologia do crime, distante de atos políticos constituem caso de polícia. 


Por fim, peço que aqueles que concordam com esta manifestação reproduzam em seus perfis. É chegada a hora de buscarmos a pacificação do país.


Nota: postado no facebook em 09.09.16

FACÍNORAS NAS RUAS, INSPIRADORES ATRAS DAS TELINHAS

Há poucos dias postei aqui, falando sobre a criminalidade, da responsabilidade dos receptadores de objetos roubados e dos apologistas das drogas. Reporto-me, por analogia, àquele texto, para falar sobre a responsabilidade pela violência por inspiração política. 


Notícia em todos os veículos de comunicação, ontem à noite uma horda de facínoras, travestidos de militantes políticos, depredaram e tentaram incendiar a sede do PMDB de Porto Alegre, só não concluindo seu intento pela rápida intervenção dos bombeiros. 

Não estou trazendo este fato porque sou vinculado ao PMDB (criticaria esta atrocidade em relação a qualquer outro partido ou organização), até porque estou afastado da militância política, numa espécie de quarentena, já fazem uns sete anos. Quem lê minhas postagens sabe que tenho me abstido de ingressar nessa verborragia agressiva que virou o trato da questão política em rede social. Quando o faço é para criticar as posições extremistas, todas. 

O principal motivo de me abster destas questões na rede social, já registrei anteriormente, é porque estou nesta fase da vida priorizando minhas relações afetivas, familiares, de amizade, que felizmente as tenho em todos os segmentos, inclusive em ambos os extremos. Sou forçado, contudo, pelas circunstâncias específicas, a romper esta cautela.


Ontem à noite, na sede do PMDB atacada pelos facínoras, pertencentes a legendas partidárias perfeitamente identificadas, encontrava-se um grupo de jovens, em atividades da campanha eleitoral. Dentre esses jovens, um de meus filhos, que somente hoje pela manhã me relatou os horrores pelos quais passou e também a clara identificação partidária dos autores, inclusive pelas bandeiras.


Diante deste ataque à democracia, por aqueles que sem conhecer seu conceito e significado a invocam para justificar sua selvageria, e tendo um filho na “linha de fogo” desses facínoras, sou forçado a romper minha cautela respeitosa, trazendo a público minha indignação e repúdio. 

Repudio o ato e seus autores diretos, executantes e mandantes, rotulando a todos de criminosos. Mas também repudio aos seus inspiradores, covardes ocultos na trincheira da telinha de seus computadores a instigar a violência com imbecis palavras de ordem, insultos, provocações generalizadas e total falta de compostura. 

É incrível como algumas pessoas educadas, afáveis no convívio pessoal, politicamente fanatizadas, passionais, protegidas pela telinha do computador, pela ausência do contato presencial, se tornam agressivas, mal educadas, sem se importar com quem e quantos estejam lendo suas aleivosias. 



A estas pessoas vai meu repúdio e minha acusação de responsabilidade pela violência que chega às ruas. Sim, são inspiradores desses facínoras e, por consequência, coautores de quaisquer atos delituosos que vierem a cometer. 

Indignado com o que poderia ser uma tragédia, na real tentativa de incêndio de um prédio com pessoas dentro, acabo de romper minha quarentena. Dentro dos limites do direito, e no exercício de minha profissão, me alistei voluntariamente para denunciar, na polícia, em juízo, em quaisquer instâncias, esses facínoras e também seus inspiradores.


Nota: postado no facebook em 01.09.16


POR TRAZ DAS MÃOS QUE APERTAM O GATILHO...

Criminalidade e insegurança é a pauta do dia. Creio que o assunto já foi analisado por praticamente todos os ângulos. Tais análises sintetizam na responsabilidade do governo e, dentre as principais causas da violência, o tráfico de tóxicos, a disputa por territórios, a receptação de produtos roubados, em boa parte para sustento do próprio consumo de drogas.

Não sou especialista no assunto, nem me dedico ao seu estudo. Contudo, como cidadão, arrisco apontar aqui alguns responsáveis que estão “por traz das mãos que apertam o gatilho”, mas que na maior das vezes não são responsabilizados, ao menos diretamente e aos olhos da população. Sem esgotar o rol, e sem descartar a responsabilidade do governo, aponto alguns que entendo estarem dentre os principais responsáveis pelas “mãos que apertam o gatilho”:

- Mais do que os infelizes consumidores das “cracolândias” e das periferias miseráveis, são os felizes “consumidores de salão”, frequentadores de altas festas com muito “brilho”, financiadores do tráfico e dos crimes conexos;

- Juntamente estão os “esclarecidos” apologistas das drogas, pelas mais diversas razões, alguns inclusive por se acharem “libertários” ou bravos “contestadores do sistema”;

- Juízes excessivamente “garantistas”, mais preocupados em cumprir rituais e formalismos de regras defasadas do que interpretar e aplicar a norma legal em consonância com o fato social;

- Políticos, notadamente aqueles com mandados eletivos, que “apadrinham” os desvios de policiais, civis e militares, para funções burocráticas em todos os poderes e áreas. Alguma instituição deveria questionar, com urgência, quais e onde estão todos os policiais civis e militares com funções fora da atividade policial (isto se chama transparência).

Alguns repetirão o correto e simpático discurso, mas que não traz solução imediata, que precisamos é de educação e de assistência social. Com todo o respeito, embora concorde, são soluções para dar resultado em 10 ou 15 anos. Precisamos sim, avançar neste sentido, sem abrir mão da busca de soluções imediatas. 


Hoje, precisamos cessar a criminalidade, com medidas duras, iniciando pela urgente atualização das leis penais e aparelhamento das estruturas de segurança. Em resumo: repressão ao crime, prisões, condenações e garantia do cumprimento integral das penas.

Sei que alguns “patrulhadores ideológicos” vão ranger os dentes com minha opinião. Pouco me importa. Um dia talvez aprendam que existe mundo e vida fora das telinhas de seus computadores, tablets e smartfones, e que esse mundo não é o dos sonhos, embora possamos construí-lo com ações efetivas.

Nota: postado no facebook em 27.08.16


O MOMENTO DO BRASIL - X


A CIDADANIA ACORDA CEDO 
(e trabalha, gera a riqueza do país, paga tributos, 
sustenta a máquina governamental)   

Tenho procurado evitar manifestações sobre o temário político, para não entrar na "briga de bugio" que virou o assunto. Não por medo, pois vivencio e conheço profundamente a área político institucional e o segmento de gestão pública, onde há muitos anos atuo como consultor especializado. Minha postura, mais do que evitar dissabores desnecessários, representa o respeito por amigos que tenho em todos os segmentos ideológicos, inclusive em ambos os extremos.

Contudo, às vezes torna-se impossível silenciar. Como neste momento, quando interesses localizados tentam impor à sociedade o "toque de recolher". E não falo do crime organizado, mas de sindicatos partidarizados que tentam fazer com que seus interesses classistas se sobreponham ao interesse geral da sociedade.

Falo da tentativa de atemorizar a população, com o "não saia de casa", "não leve seus filhos à escola", "não se abram os bancos...". 

Compreendo os transtornos com o parcelamento dos salários dos servidores públicos estaduais (sou casado com uma servidora estadual). Mas, com todo o respeito, vejo pequenos comerciantes que esperam meses para receber os saldos das "cadernetas" de seus fregueses, com o risco da perda e da quebra do negócio.. Como profissional liberal, aguardo meses para receber serviços realizados, também com o risco da perda por vezes...

Logo, o tamanho da grita pelo atraso de uma semana, por vezes duas, parece desproporcional ao real prejuízo. Sei que vou atrair rancores com esta manifestação, mas preciso dizer. Cansei de apenas ler e ouvir impropérios (muitos de uma mal criação sem limites). Estão transformando uma questão funcional em questão política, como sempre, manejada por oportunistas de ocasião. 

Para finalizar: eu não vou "ficar em casa". Eu preciso trabalhar, não estou na folha de pagamento do governo. Preciso buscar meu pão de cada dia, mesmo que seja para enfrentar repartições fechadas e piquetes de "paus mandados" nos portões dos órgãos públicos. 

Não tenho por hábito, e as pessoas que acompanham meu perfil sabem disto, fazer este tipo de manifestação. Cansei, como já disse, de ouvir e de ler grosserias. Estou desde as 6:30 horas no trabalho e daqui há pouco vou à rua cumprir meus compromissos. Não temo a bandidagem, que já faz parte da rotina. Temo, isto sim, o efeito daninho causado pelos semeadores da discórdia, dos apologistas do ódio e da violência, dos patrulhadores ideológicos. 

Desculpem os leitores pelo desabafo, mas eu tinha que dizer isto. Agora vou trabalhar, pois afinal, não sou sustentado pela sociedade, mas pelos meus clientes, gente que, assim como eu, acorda cedo, produz, paga tributos, e não tem direito à cargos vitalícios, auxílios "isto", penduricalhos "aquilo" , licenças "acolá", pensões que se estendem até à décima geração...

Era o que constava!


Nota: postado no facebook em 04.08.16


O MOMENTO DO BRASIL - IX

O POVO NAS RUAS 

Venho acompanhando com especial interesse esse movimento que, aparentemente, surpreende o Brasil. Não me surpreendo. Ao contrário (surpreendam-se meus amigos), já esperava por isto. 


A falência do sistema político vigente e dos partidos políticos deixou o povo sem representação legítima. Nossos "representantes" deixaram de nos representar para cuidar apenas de seus interesses, transformando mandatos populares em "bancas de mercado", onde se mercadeja o voto em todos os sentidos... 


Existem excessos nas manifestações, é verdade, mas na essência esses moços estão escrevendo um novo capítulo de nossa história. Há que se ter limites, certamente, mas uma manifestação dessa natureza não é uma reunião de lordes para o "chá das 5". Aliás, não existem mais "lordes" em nossa política. 



Recordando Gonzaguinha: "eu boto fé nessa rapaziada". Vamos lá, moçada, mas sem violência. Busquem inspiração nas histórias de GANDHI e MANDELA. E para encerrar, recordando velhos tempos: "Quem sabe faz a hora, não espera acontecer!"

Nota: postado no facebook em 20.06.16

O MOMENTO DO BRASIL - VIII



UM NOVO CICLO HISTÓRICO 

Ao reproduzir postagem feita há 3 anos, fiz breve comentário sobre a ideia que defendo desde 2007, de que estávamos prestes a finalizar um ciclo histórico. Este ciclo histórico acabou e estamos já vivendo os primórdios de um novo ciclo, a ser construído. 

No ano de 2009, frustrado com o estado a que chegou a política nacional, e também em minha aldeia, retirei-me da militância política. Desde então, em longo silêncio reflexivo, acompanhei atento o cenário político/institucional. 

Por vontade própria, submeti-me à longa "quarentena" de 7 anos (apesar de místico, este número é apenas um acaso). Este retiro, ao início doloroso, foi aos poucos transformando-se numa sensação de liberdade. Minha posição pessoal estava confortável, mas o cenário em que vivemos não permite acomodações. 

Como disse ao início, estamos vivendo a transição entre ciclos históricos. O novo ciclo poderá ser apenas uma nova versão dos que lhe antecederam, ou podemos fazê-lo diferente, servindo-nos das lições da história. 

Foi com esta perspectiva que aceitei romper minha quarentena para voltar à ação, por meio da atuação em um grupo de estudos políticos onde vou me dedicar a dois temas básicos, a seguir:
- O exercício da cidadania no Brasil;
- Reforma política e estrutura do estado.

Com o estudo de temas desta relevância, dentre outros, juntamente com a formulação de proposições, pretendo participar deste importante momento de nosso país. Por mais modesta que seja minha contribuição, não ficarei omisso. 

Quando julgar oportuno, compartilharei algum comentário sobre os temas objeto de estudos. Contudo, manterei minha posição distante dos extremos ideológicos. Nestes 7 anos de silêncio e reflexões busquei distanciar-me do "militante" e aproximar-me do "cidadão". E a cidadania, em minha concepção, pressupõe o convívio respeitoso com a divergência ao sustentar nossas posições.


Nota: postado no facebook em 20.06.16




O MOMENTO DO BRASIL - VII


SEXTA-FEIRA 13  

Não tenho superstições. Respeito algumas crendices populares como folclore. Neste rótulo incluo a sexta-feira 13, como um dia azarento (nem sei porque esse número ganhou tal significação). 

Já tivemos um dia 13 de maio (talvez nem fosse sexta) quando nossa Princesa Izabel assinou a Lei Áurea, extinguindo a escravidão dos negros. Jogados nos corredores das estradas e na periferia das cidades, sem qualquer proteção, na condição de pedintes, esses libertos azaram há mais de cem anos a discriminação e a desigualdade de tratamento, injusta, cruel e disfarçada. Solidário aos nossos irmãos negros, também acho que o 13 de maio não é uma data comemorativa. 

Voltemos à esta sexta-feira 13. Possivelmente tenhamos aqui outra data histórica, para o bem ou para o mal, dependendo da concepção de cada um (espero e torço que seja para o bem). 

E certo que estamos em plena transição de um ciclo de nossa história para o ciclo seguinte. O sistema político vigente ruiu. Já haviam sinais evidentes. E não há o "nós" e "eles", não existem "mocinhos" e "bandidos". Todos nós, integrantes da sociedade brasileira, pela omissão no exercício da cidadania, somos responsáveis pelo que aí está, desde os mais altos assuntos da república até o desinteresse pela prestação de contas dos síndicos de nossos condomínios. Pior, pela troca de pequenos favores ou benesses, votamos no padrinho do amigo de nosso vizinho...

Para não me alongar, como dizia meu amigo, o Vereador Dario Gonçalves Dias (companheiro de peleias lá da minha Santana da Boa Vista), penso que estamos efetivamente ingressando em outro ciclo histórico. Melhor que a data de início não seja o 13 de maio, não por ser uma sexta-feira, mas para que a nação brasileira não tenha o mesmo "azar" que tiveram nossos libertos naquele 13 de maio de 1888. 

Eu não sou supersticioso, mas não custa andar com uma arruda atras da orelha por estes dias. 

Votos de muita sorte a todos nós, brasileiros, e um bom final de semana aos amigos.


Nota: postado no facebook em 13.05.16


O MOMENTO DO BRASIL - VI



OS INIMIGOS DA DEMOCRACIA 

Creio não haver espaço para mais um comentário sobre a sessão da Câmara dos Deputados ontem. Contudo, não posso deixar de referir o mais degradante momento em que o deputado representante da ala reacionária da nação faz explícita homenagem a um notório torturador.

Este fato, e seu tosco protagonista, vem estimular as minoritárias mas insistentes manifestações que saúdam e pedem a volta da ditadura militar. Esta é a única situação em que tenho me manifestado ostensivamente, contrário e com toda veemência. 

Ainda sob a vigência dos anos de chumbo, recém formado, voltei à minha terra e fiz a opção de renunciar às ofertas e benesses do poder para somar-me à oposição e resistência, quando muitos se omitiam, se assustavam ou se vendiam (e ainda se vendem...).

Do ponto de vista econômico e financeiro, paguei um preço muito caro por minha rebeldia. Como homem, cidadão e profissional do direito, tenho orgulho da trajetória que fiz. 

Naquele tempo, sob ameaças e boicote profissional, aprendi o quão nocivas são as ditaduras. Pior do que os ditadores chefes são os seus asseclas, empoderados, nos mais distantes rincões. A estes últimos eu enfrentei, e aos seus cães de guarda, assumindo os riscos e prejuízos por minha opção. 

Por isto, eu renego qualquer ditadura e repudio quaisquer manifestações que festejem ou preguem o retorno desses tempos, embora saiba se tratar de vozes isoladas que não encontram eco nos dias atuais da nação. Mesmo assim, é necessário estar vigilante para que o mal não se dissemine. 

É por isto que me insurjo diante de manifestações que tem sua origem em reacionários de duvidosos propósitos e continuam pelas mãos de pessoas desinformadas. 

Parafraseando Ulysses Guimarães: temos ódio de ditaduras, ódio e nojo.


Nota: postado no facebook em 18.04.16


O MOMENTO DO BRASIL - V


ESTAMOS VIVENDO A TRANSIÇÃO ENTRE CICLOS HISTÓRICOS 

Tenho procurado estudar nossa história, dentro de uma perspectiva de construção do Estado Brasileiro, a partir dos diversos ciclos, com ênfase nos aspectos que envolvem o exercício da cidadania. Neste momento, com absoluta certeza, estamos na fase de transição entre esses ciclos históricos. A seguir, um breve resumo e minha visão pessoal.

Ciclos da história do Brasil:
- 1500/1822 (322 anos) Brasil Colônia - O prolongamento da idade média europeia aqui;
- 1822/1889 (67 anos) Monarquia - Um regime escravagista, por si excludente do exercício da cidadania;
- 1889/1930 (42 anos) República Velha - Um período vivido entre golpes e eleições fraudulentas, onde a maioria dos brasileiros não tinha o direito ao voto;
- 1930/1945 (15 anos) Governo Getúlio Vargas/Estado Novo - Regime de exceção, com restrições de direitos;
- 1946/1964 (18 anos) Período Redemocratização do País/Anos Dourados - Nossa primeira experiência de um regime sob o pleno estado de direito;
- 1964/1985 (21 anos) Governos Militares - Regime de exceção, com restrições de direitos;
- 1985/2016 (31 anos) Período contemporâneo - Redemocratização do país.

Em todos estes ciclos, tivemos regimes de pleno estado de direito, favoráveis ao exercício da cidadania, nos períodos de 1946/1964 e no atual, iniciado em 1985, ambos de redemocratização do país após regimes de exceção. Menos de 50 anos em nossos mais de 5 séculos de história. 

A primeira conclusão é de que vivemos, neste momento, o maior ciclo de vigência de um pleno estado de direito. Somos aprendizes de convívio em regime democrático. Vivemos, ainda, uma democracia frágil, que necessita ser corrigida, aperfeiçoada e fortalecida. 

A segunda conclusão é de que, provavelmente já tenhamos encerrado o ciclo histórico iniciado em 1985 e estamos vivendo em plena fase de transição ao ciclo seguinte. As turbulências políticas vividas no momento constituem o mais expressivo sinal.

Neste cenário, independente do resultado final do Processo de Impeachment da Presidente da República, precisamos ter consciência de nossa responsabilidade na construção de um novo ciclo da história do país. 

Não creio que possamos fazer uma construção positiva com posições extremadas, com a troca de provocações e o compartilhamento de insultos. Tenho convicção de que é hora de buscarmos a pacificação dos espíritos para a edificação de um pacto que busque o bem comum e não o predomínio de interesses de grupos, sejam quais forem. 

Desculpem se me alonguei na exposição. Assim o faço para deixar claro que não sigo a linha do "bate-boca de boteco", nem a do "militante ensandecido". Penso que as questões institucionais e políticas não devem ser tratadas com "paixão", mas com a "razão", um pouco de conhecimento, bom senso e, principalmente, com respeito. Afinal, somos todos brasileiros.

Nota: postado no facebook em 16.04.16

O MOMENTO DO BRASIL - IV


SER OU NÃO SER, EIS A QUESTÃO  
(ou, depende da conotação)


O velho dilema de Shakespeare, imortalizado na Tragédia de Hamlet, é emblemático das “mal traçadas” que seguem. 

ATO I

Durante os anos da “Guerra Fria”, o mundo dividiu-se em dois blocos antagônicos, liderados, de um lado, pelos Estados Unidos, e de outro pela União Soviética. Os regimes de força implantados nos diversos países da América Latina, dentre esses o Brasil, alinhados com os EUA, tinham como “inimigo” o regime vigente na URSS e seus aliados, como sabemos o regime comunista. 

Nesse contexto, durante o período da ditadura militar no Brasil (ou da “revolução”, como preferem seus adeptos), a expressão “comunista” ultrapassou o sentido de adepto de uma ideologia política para se tornar sinônimo do “pior defeito” de alguém. Os de minha geração haverão de lembrar que “comunistas comiam criancinhas...”. 

No imaginário popular, as pessoas não tinham a mínima noção do que era mesmo um comunista, mas sabiam que era “coisa ruim”. Essa pecha colocava o sujeito sob grave suspeição. Depois de enfileirados os defeitos de alguém, finalizavam dizendo: “até comunista é”. 

ATO II

Nesse mesmo tempo, ainda na vigência dos “anos de chumbo”, recém saído da faculdade, retornei à minha aldeia para exercer a advocacia. Logo, inconformado com a situação encontrada, coloquei-me em posição contrária aos “senhores locais”. Literalmente, comprei briga com o Prefeito, com o Padre e com o Delegado, passando à militância política no único partido de oposição. 

Não fosse isto suficiente, fui fundador de uma instituição cultural, que não pediu licença nem favores aos “donos do pedaço”, editei um jornal e, para “piorar”, era advogado de sindicatos de trabalhadores. Com essa ficha toda (muito mesmo para meus escassos 27 ou 28 anos à época), logo surgiram comentários velados: “é comunista”. 

Aquilo que os toscos mandarins e seus áulicos asseclas pensaram me impingir como um defeito, estimulei, também sutilmente, achando até divertida a ideia (afinal, eu passara a ser qualificado como “perigoso”), embora nunca tenha efetivamente exercido militância no velho PCB ou nos novos PCs. Necessário registrar que tenho amigos comunistas e até compadres (mas nunca vi espetarem criancinhas nos churrascos que assamos juntos). 

Bueno, dito isto, para minha tradução à época, ser taxado de comunista, na conotação dada pelos iletrados locais, era ser contra aquele regime ditatorial, era não “se vender”, não “se assustar” e não se omitir. Se para eles isso era ser comunista, então eu era. 

ATO III

Os tópicos anteriores são introdutórios ao registro que faço agora. Não sou adepto, nem defensor, do governo que aí está. Também, não acho que seja um “governo de comunistas”, ou teriam se convertido a essa ideologia José Sarney, Collor de Melo, Paulo Maluf e outras “grandes figuras” da nação? 

Numa controvérsia de opiniões com um amigo aqui da rede social, falando sobre o atual momento do país, quando eu me insurgia contra a pregação por um golpe militar, me dizendo um democrata, ele finaliza dizendo: “sempre pensei que fosses comunista”.

Acho que o registro foi no sentido de que, sendo “comunista” não seria “democrata”. Nem entro nesta questão, por ultrapassada. Como já disse, discordo do governo que está aí, independente da roupagem dos que integram a chamada “base de sustentação”. Entretanto, tenho discordância ainda maior com a pregação reacionária por um golpe militar. 

E se, ao me opor à pregação por um golpe militar, reavivarei a pecha de “comunista”, para os reacionários, isto não me incomoda. Vou começar a organizar um “soviet” para derrubar a burguesia aqui do Bairro Bom Fim. Vamos começar “ocupando” as cervejarias e galeterias, bebendo todas e comendo coxinhas.


Nota: postado no facebook em 19.03.16


O MOMENTO DO BRASIL - III



CARTA DE SEU PAULO AOS CORINTIANOS  

Seu Paulo é um pacato cidadão. Gosta de futebol, já frequentou estádios. Hoje, diante da violência das torcidas e das falcatruas dos cartolas, limita-se a ver os jogos pela TV e comentar o tema com amigos próximos. Evita discussões mais acaloradas, especialmente com amigos mais fanáticos. 

Seu Paulo é "santista". Nem sabe exatamente porque, talvez pela influência do ídolo Pelé, em sua infância, pela cor da camisa, que lembra a paz, ou, talvez mais ainda porque Seu Paulo acredita em santos (pelo menos mais do que nos cartolas...). 

No próximo domingo, dia 13 de março, haverá uma partida entre Corinthians e Palmeiras. As torcidas estão fazendo pesadas provocações pelas redes sociais. Alguns, mais fanáticos, fazem verdadeira apologia à violência. 

Seu Paulo, diante do clima tenso, resolveu fazer sua parte. Escreveu uma "Carta aos Corintianos". Fala do verdadeiro sentido do futebol, diz que o jogo deve ser jogado dentro das 4 linhas do gramado. Publicou sua carta na rede social, alertando pelos riscos de que as provocações e bravatas (mesmo que apenas pela bravata virtual) poderão instigar violência grave. 

Perguntado porque não destinou sua mensagem aos palmeirenses, desconversou. Intimamente, ele sabe que os fanáticos da camisa verde são em menor número, saudosistas de campeonatos distantes no tempo e ainda ressentidos pelo passeio na segunda divisão. 

Seu Paulo tem mais temor do fanatismo dos corintianos, inspirados por lideranças mistificadoras, enquanto as "organizadas" palmeirenses tem porta vozes caricatos, que ainda imaginam a escalação de um Edmundo para resolver a falta de gols e títulos. 


Seu Paulo, o santista, está convicto de que fez sua parte com a CARTA AOS CORINTIANOS.

Nota: postado no facebook em 09.03.16

O MOMENTO DO BRASIL - II


MATURIDADE (OU ESTÔMAGO SENSÍVEL)   


Com uma vida dedicada à defesa de direitos (33 anos de advocacia), com mais de 25 anos de militância política na linha de frente (enfrentando ainda os resquícios dos anos de chumbo), atuando como advogado de sindicatos, tenho uma história de vida que me orgulha. Não ganhei fama, não enriqueci, mas tenho a consciência tranquila de ter cumprido meu papel, num tempo em que muitos se se amedrontaram, se omitiram, se venderam (e ainda se vendem...).

Tive a oportunidade de vivenciar ativamente a transição da história de nosso país, de um regime de ditadura para uma democracia. E tenho convicção de que "a pior das democracias é melhor do que a melhor das ditaduras". 

Sei que vivemos momentos difíceis, onde seguramente temos a pior "safra" da classe política, eleitos pelo poder econômico do "andar de cima", eleitos pela fome do "andar de baixo", eleitos pelo comodismo e pela omissão daqueles que não acreditam na política. 

Tudo isto digo, para registrar que meu silêncio sobre o temário político, neste espaço de rede social, não é omissão. É que, nesta fase da vida, quando penso estar me aproximando da maturidade, prefiro preservar amigos próximos, queridos, que os tenho em todos os campos ideológicos (aos quais respeito, mesmo quando discordamos, e sou grato e feliz por te-los como amigos, pois que temos convergências afetivas). 

Eu, que ainda trago (como dizia o poeta), a poeira dos subúrbios nas botinas, e o clamor dos oprimidos nos ouvidos, me permito não tomar partido nessa "briga de bugios" da rede social, onde se fazem revoluções no sofá da sala, sob a trincheira da telinha do computador. 

A certeza de que vivemos uma democracia, ainda incipiente e que precisa muito ser preservada e aperfeiçoada, é que qualquer um, via teclado e telinha, compartilha suas ideias, a favor ou contra, e continua com suas unhas e seus dedinhos sadios para continuar teclando. 

Por tudo isto, continuarei ausente do debate político neste espaço, mas atento e vigilante em defesa da democracia, contra qualquer extremo, venha de onde vier (apesar de não acreditar muito no poder desses "combatentes" virtuais).


Nota: postado no facebook em 05.03.16


O MOMENTO DO BRASIL - I



HA 25 ANOS EU JÁ ALERTAVA:   
"Ou se espantam os graxains ou eles comem até o galo"

Em 1991 eu escrevi, para participar da 2.ª TORUNGUENGA DA CANÇÃO CRIOULA de Santana da Boa Vista, a composição GRAXAIM DO PLANALTO. Misteriosamente, o interprete não compareceu na hora da apresentação (forças estranhas, como diria Jânio Quadros...). 

Por entender que a composição continua atual, inclusive quanto aos cenários e personagens, compartilho-a com os amigos. Como dizia um velho professor do curso de direito: "lá, como cá, boas fadas há". 


GRAXAIM DO PLANALTO


Descalços, descamisados
do Sul, do Norte e do Centro
abriram o galinheiro
e botaram o graxaim dentro
a vida anda custosa
sobreviver é uma briga
o graxaim faz banquete
e o povo ronca a barriga.

(Refrão)
Graxaim pensa que é homem
porque tem a coisa roxa
e o povo de tanta fome
já anda com a calça frouxa

Os graxains do planalto
que tem o rabo comprido
o focinho empinado
e o pelo bem collorido
comeram nosso salário
roubaram a previdência
travaram a produção
a cultura e a ciência.

A revolta está nas ruas
da nação arrependida
compraram gato por lebre
na mentira collorida
que o povo siga o exemplo
pra não levar mais um pealo
ou se espantam os graxains
ou eles comem até o galo.


Nota: postado no facebook em 07.02.16

DA MINHA ALDEIA - III

ELEIÇÕES MUNICIPAIS NA ALDEIA 
Criador X Criatura

Embora esteja fora do cenário, estive pensando nas próximas eleições municipais em minha aldeia, Santana da Boa Vista.

Tenho comigo que é da índole de boa parte (muito provavelmente da maioria) dos conterrâneos residentes na terrinha um grande conservadorismo, no sentido de reagir a propostas de mudança no jeito de fazer as coisas, mesmo que "as coisas" não andem lá muito bem...

Neste sentido, novos nomes para candidatos ao cargo de Prefeito, nas próximas eleições, talvez não seja a melhor proposta. Já que pensar em futuro é coisa que não agrada muito. Então, façamos um raciocínio pensando no "daqui pra traz", se este fosse o critério de escolha dos candidatos a Prefeito. 

A atual Prefeita, que completa o segundo mandato (8 anos), não pode concorrer à próxima eleição. Os dois antecessores (cada um com 2 mandatos, totalizando 8 anos), um por problemas de saúde, outro por problemas com a lei, também estão impedidos de concorrer. 

Voltando no tempo, temos dois ex-prefeitos falecidos. Aí, chegamos nos sobreviventes, coincidentemente os dois primeiros prefeitos eleitos do município, os quais denomino, por razões históricas, de "criador" e "criatura". 

O "criador", de 1968, quando foi eleito para o primeiro mandato, até 1992, quando ele próprio perdeu a eleição, dominou o cenário político, se elegendo ou dizendo quem se elegeria. Cumpriu 2 mandatos de prefeito (10 anos), um de vice (6 anos), e indicou outros 2 eleitos. 

A "criatura" cumpriu um mandato, candidato inventado pelo "criador" e nem sequer elegeu seu sucessor. Depois disto, virou uma espécie de mito para seus seguidores, até a saída de cena e o ostracismo político. 

Pois bem, esta eleição ganharia um colorido especial, com a candidatura do "criador", que reacenderia a esperança de seu partido, fora do poder há 24 anos. Já a "criatura", se voltasse à cena e retomasse a "aura" de mito, talvez alcançasse alguma esperança ao partido que depois de ganhar 3 eleições para prefeito (sem a participação do mito) se auto destruiu, virando caudatário dos últimos pleitos. 

Pensem nisto, meus conterrâneos. Uma proposta conservadora e saudosista: Em 2016 o duelo CRIADOR X CRIATURA. 

Assino embaixo (os incomodados podem ranger os dentes, pois estou fora do alcance).


Nota: postado no facebook em 08.07.16


DA MINHA ALDEIA - II


VISITA À MINHA ALDEIA  

No último final de semana estive em visita à minha aldeia natal, Santana da Boa Vista. Visitas a familiares e amigos e, no retorno, assuntos profissionais em Caçapava. A partir de agora, a única atividade por lá, e também a melhor, a proximidade com meus afetos.

Se é cidadão de um lugar quando se nasce lá ou quando se opta por residir lá. Há, contudo, um requisito legal para o exercício da cidadania, a condição de eleitor local. Já não atendendo mais a esse requisito, minha cidadania é meramente afetiva. Tenho convicção de que meu voto, assim como minhas ideias, não farão falta a ninguém.

Agora, como simples turista, poderei aproveitar melhor a paisagem e, inclusive, coisas exóticas, como uma creche nunca acabada, plantada no meio do campo de futebol da cidade. Talvez também possa fazer algum estudo sobre a apropriação de áreas de terras da municipalidade pela antiga terra mãe. Assim como os discos voadores que sobrevoam a Pedra da Cruz, nas Minas do Camaquã, essas coisas sui generis só acontecem por lá.

De resto, na "Capital da Simpatia", tá tranquilo, tá favorável...



Nota: postado no facebook em 16.03.16

DA MINHA ALDEIA - I

DESENVOLVIMENTO E ATITUDES    (24.02.16)
Carlos Barbosa - um exemplo a ser seguido

Ontem acompanhei com vivo e especial interesse uma reportagem sobre iniciativa de moradores da cidade de Carlos Barbosa, um exemplo para todos nós, especialmente de alguns municípios da Metade Sul. 
Diante das más condições de conservação da estrada de acesso entre São Vendelino e Carlos Barbosa, incluindo a falta de poda da vegetação junto aos acostamentos, estão organizados em mutirão fazendo o trabalho com a devida autorização do DAER e apoio do Poder Público local, de empresas e da comunidade. 

Quanta diferença com meu município, onde a comunidade (ao menos expressiva maioria) coloca-se numa condição de dependência total do poder público. Os administradores locais, por seu turno, não estimulam iniciativas da comunidade (ao contrário, convivi com boicotes por não ter o "amém" dos donos do poder). E assim, uns e outros vão exercendo seus papéis de "dominadores" e "dominados". Quem não dançar a música é convidado a sair do baile. 

Estes cenários e atitudes fazem toda a diferença na hora de medir os indicadores de desenvolvimento. A propósito, por não me adequar ao ritmo das danças locais, fui "desconvidado" do baile (sabem como é: quem não dança, dança...).


Nota: Postado no facebook em 24.02.16