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domingo, 16 de março de 2014

DAS CAVERNAS AOS NOSSOS DIAS

DAS CAVERNAS AOS NOSSOS DIAS
Convivência, Conflitos, Regras de Conduta e Cidadania

Nos primeiros tempos os seres humanos eram nômades. Deslocavam-se de um lugar para o outro, levando o pouco que tinham, alimentando-se da caça e de frutos oferecidos pela natureza. Consta que a primeira atividade produtiva mais organizada foi o pastoreio de rebanhos, obrigando-os a constantes deslocamentos em busca de melhores pastagens.

Com a revolução agrícola o homem fixou-se à terra e, assim, começou uma longa jornada de evolução da história da humanidade. Naqueles tempos primitivos, ainda não havia regras organizando o convívio. Valia a “lei do mais forte”. Esta situação, na medida em que a população aumentava, foi tornando a vida difícil. Os crescentes conflitos entre as tribos e entre indivíduos da mesma tribo colocavam em risco à própria sobrevivência da espécie.

Não se sabe com exatidão quando e onde tudo começou. Talvez ao mesmo tempo em lugares diferentes ou em tempos diferentes, com os anciões da aldeia sentados em círculo ao redor do fogo, os homens começaram a estabelecer regras de convivência. Surge o que, muito mais tarde, passou a ser explicado pela teoria do “Contrato Social” (Rousseau, 1.762).

Segundo esta teoria, diante das dificuldades, dos conflitos, da insegurança que isto gerava, os seres humanos entenderam que de nada valia a um indivíduo ter todo o direito, se outro indivíduo, também tendo todo o direito, podia desrespeitar os direitos dos demais.

Deste modo, o princípio do Contrato Social foi o entendimento de que o direito de cada um encontra o seu limite onde começa o direito do outro. Para garantia dos direitos individuais e coletivos, foram criadas regras de conduta. Esta é a origem do Estado, do Governo e das Leis. Este foi o caminho que a humanidade trilhou desde o tempo das cavernas, da barbárie, até os dias atuais.

Nem tudo é perfeição. Contudo, graças ao sistema de normas que regem o comportamento, hoje sabemos que não é permitido matar, roubar, violar as regras de trânsito, ou descumprir qualquer lei instituída, sob pena de sofrermos as sanções daí decorrentes. Este regramento tem como objetivo assegurar o bem estar e a paz social.

Podemos discordar do governo, podemos achar determinadas leis injustas, podemos criticar muitas situações. Entretanto, a humanidade somente sobreviveu até hoje graças à existência de regras assegurando direitos, promovendo garantias e limitando as condutas antissociais.

Assim, qualquer indivíduo, durante toda a vida, independente de posição social, convicções ideologias ou religiosas (tendo-as ou não), terá seu comportamento e seus atos submetidos a regras. O descumprimento destas regras certamente o colocará na condição de infrator ou criminoso.

Neste contexto, podemos afirmar que a educação para o exercício da cidadania tem início no convívio familiar, pois a família é o núcleo da sociedade. O lar é o primeiro e o melhor lugar de aprendizado para o convívio em sociedade. Oportunidade única, muitas vezes incompreendida por pais e filhos, é nas relações familiares que se formam o caráter e a postura dos cidadãos, com reflexo na própria sociedade.

É curioso vermos como “figuras públicas”, que muitas vezes pretendem influenciar, representar ou dirigir a os interesses coletivos, não conseguem sequer promover a harmonia em seus próprios lares, ou ainda constituir-se em exemplo a ser seguido.  Aí talvez possamos identificar a origem de parcela significativa dos problemas que afligem a sociedade nos tempos atuais.