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sexta-feira, 22 de janeiro de 2021

ESCRAVIDÃO, RACISMO E CIDADANIA NO BRASIL

UM PASSEIO PELOS CICLOS DE NOSSA HISTÓRIA  E O EXERCÍCIO DA CIDADANIA NO BRASIL  

I - Introdução

Com o recente episódio envolvendo o protesto realizado na posse dos novos vereadores de Porto Alegre e a discussão sobre versos do Hino Riograndense, reabriu-se a polêmica de discussões sobre a discriminação racial no Brasil. Como acontece nos últimos tempos, além de matérias na imprensa, o assunto ganhou enorme repercussão nas redes sociais.

Dentre as inúmeras manifestações, especialmente em redes sociais, predominaram ataques agressivos ao gesto dos vereadores. Sob pretexto da defesa dos versos do hino e das tradições gaúchas, as manifestações agressivas não disfarçam a discriminação racial, em muitos casos agregada ao ranço da polarização ideológica devido ao segmento político representado pelos vereadores autores do protesto.

Esse ranço da polarização ideológica, sobre toda e qualquer questão que venha à discussão pública, é alimentado pelo fanatismo que, como sabemos, impede análises e posicionamentos embasados em contextos abrangentes, considerando os diversos ângulos de um mesmo fato, suas causas e consequências. É o fanatismo que cega, que foge da racionalidade e dá vazão ao instinto irracional e primitivo.

Voltando ao aspecto da polarização, talvez nem se deva chamar de “ideológica”, uma vez que a maioria dos contendores, encastelados em suas bolhas, de onde rechaçam quem deles divergir, sequer tem uma noção exata do que seja “ideologia”. Expressivo número desses que interagem pela reprodução de “memes” criados por terceiros, ou por um curto vocabulário com matriz agressiva ou provocativa, não tem qualquer convicção política ou ideológica e apenas seguem líderes personalistas, com o fanatismo de um torcedor de futebol.

Para boa parte desses “polemistas de rede social”, seu interesse pela vida política do país data de menos de meia dúzia de anos, assim como seu conhecimento sobre a história e a formação de nosso povo não vai muito além. Existem exceções, muitas, é claro. Contudo, pelo conteúdo das manifestações sobre o episódio ao início referido, o protesto envolvendo versos do Hino Riograndense, colhi a ideia de que são majoritários os fanáticos e os racistas, talvez menos por intensão deliberada e mais por uma visão estreita de nossa própria história.  

Diante das considerações retro, proponho-me a trazer uma contribuição ao debate, não com a intenção de polemizar, mas de propor uma análise da situação com uma visão mais abrangente, com um olhar sobre nossa história, com foco no triste capítulo da escravidão dos negros, das sequelas na vida dos descendentes de escravos, dos aspectos transversais que perpassam a formação do povo e o exercício da cidadania no Brasil.

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Nas próximas postagens:

- Brasil Colônia, Monarquia e República Velha

- Governo Getúlio Vargas, Redemocratização e os Anos Dourados

- Governos Militares, Redemocratização e a Constituição Cidadã

- O Despertar da Cidadania, Reivindicações e Resistências

- A Questão do Racismo e o Orgulho da Consciência Negra

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