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sexta-feira, 6 de março de 2020

CACHORRO QUE COME OVELHA - VII (O BICHO ESTÁ SOLTO E ATACA NOVAMENTE...)



ALIANÇA OBSCENA

Entre as datas de 07/11/19 a 13/12/19, postei uma sequência de artigos sob o título CACHORRO QUE COME OVELHA, tratando de questões envolvendo as próximas eleições municipais em minha terra Santana da Boa Vista. Nas duas últimas postagens, nas datas de 12 e 13/12/19, fiz um breve histórico de minha atuação política no município, como militante e dirigente partidário, e conclui falando sobre as notícias de uma possível coligações nas eleições deste ano, envolvendo o MDB e um ex-prefeito com uma longa história de adversidades e conflitos com esta legenda e suas principais lideranças.

Conclui aquela última postagem com a seguinte afirmativa: “(...) diante da falta de coerência, da falta de respeito à própria história, da falta de respeito à memória do valoroso companheiro Nero Rosa. A se confirmarem tais negociações de aliança, tem outra falta, a falta de vergonha...”

Eis que, notícias chegadas da aldeia dão por concretizada a aliança. Vendo o rebanho em alvoroço, já com algumas ovelhas se desgarrando, o cachorro comedor de ovelha escapou da corta e voltou a atacar. O resultado é a postagem que segue, comentando a obscena aliança. Seguem os motivos que tornam obscena a coligação em apreço.

1 – Em 1992 elegeu-se o Prefeito Neto Rosa (coligação PMDB/PL), rompendo um período de hegemonia política vindo desde a primeira eleição no município, em 1968, sob domínio da ARENA/PDS.

2 – No período de 1993 a 1996, além da inovadora e exitosa administração municipal, também o partido de situação (PMDB) se preparou para a eleição seguinte, intensificando o trabalho junto às bases, consolidando a coligação com o PL e aportando recursos para a campanha por meio de contribuições partidárias dos detentores de mandatos eletivos e cargos de confiança na administração.

3 – A coligação PMDB/PL voltou a vencer as eleições em 1996, numa campanha bem organizada e com recursos suficientes. Os candidatos da chapa majoritária tiveram como única atribuição a campanha eleitoral, sem qualquer preocupação com a organização e custeio da campanha. Na época, como Presidente do Diretório Municipal do PMDB, fui um dos coordenadores da campanha, em comitê formado pelos partidos coligados.

4 – Logo após a eleição, ainda antes da posse, já o prefeito eleito se atritava com o Prefeito que encerrava o mandato e com a direção do partido. Nos primeiros meses da gestão esses atritos se acentuaram e o novo prefeito proibiu a arrecadação da contribuição dos cargos de confiança ao partido, determinando a abertura de uma conta bancária em nome de sua esposa (da época) e de seu chefe de gabinete, para onde eram feitas as contribuições.

5 – Evidente que os detentores de cargos de confiança “optavam” pela “vontade” do chefe. Assim, o novo prefeito, nos primeiros meses de governo, virava as costas para o partido que o elegeu e que bancou as despesas de sua eleição...

6 – No decorrer dos anos seguintes, os atritos se acentuaram, o prefeito governava em completo afastamento do partido e com retaliações àqueles que “não rezassem pela cartilha do chefe”. 

7 – Finalmente, em 1999, o prefeito formalizou a saída do PMDB, levando consigo o saldo bancário do que deveriam ser as contribuições partidárias, de forma totalmente ilegal recolhidas em uma conta em nome de sua esposa e do seu chefe de gabinete...

8 – Nas eleições municipais do ano 2000, o então prefeito concorreu à reeleição, vencendo o candidato do PMDB, ex-prefeito Neto Rosa. Por certo, as contribuições dos cargos comissionados da prefeitura, suprimidas ao partido que o elegera e ilegalmente depositadas em conta da esposa e do chefe de gabinete, tiveram peso decisivo nessa eleição, além do favorecimento pela máquina administrativa.

9 – Nesse segundo mandato (2001 a 2004), agora sob outra legenda partidária, as perseguições aos “não alinhados” se acentuaram, assim como os problemas na gestão, o que viria a se refletir em ação judicial e futura condenação e cassação dos direitos políticos.

10 – Vieram as eleições de 2004, onde o ex-prefeito Neto Rosa foi novamente eleito, cumprindo mandato no período 2005/2008.

11- Em 2008, a campanha para as eleições municipais trouxe novamente o enfrentamento do então Prefeito Neto Rosa e do ex-prefeito que lhe sucedera na gestão anterior, por dois mandatos contínuos (1997 a 2004). O ex-prefeito, às vésperas da eleição, ante a notícia da ação judicial que viria a lhe cassar os direitos políticos, retira a candidatura e indica a esposa (daquele período) para concorrer, com a mesma vencendo a eleição.

12 – Logo após a eleição e posse, o ex-prefeito e marido da nova prefeita move ação judicial contra o agora ex-prefeito Neto Rosa, postulando indenização por danos morais decorrentes da troca de insultos entre ambos em programas de rádio durante a transição. Fiz a defesa judicial do companheiro Neto Rosa, com a tese da “exceção da verdade”, e vencemos.

13 – Não satisfeitos, em sua sanha persecutória, a então prefeita move ação, em nome do município, contra o ex-prefeito Neto Rosa, postulando que este fosse condenado a pagar compromissos de responsabilidade do município perante o governo do estado. Novamente fiz a defesa judicial de Neto Rosa, demonstrando que a obrigação era do município e não do gestor, que o processo era perseguição política, e novamente vencemos.

14 – De forma enigmática, no item número “14”, resumem-se os fatos, a demonstrar que o ex-prefeito, a primeira vez eleito pelo PMDB, com o custeio de sua campanha pelo partido, evadiu-se da legenda levando consigo os recursos financeiras que legitimamente deveriam pertencer a este partido, os quais foram fundamentais para sua vitória sobre o candidato Neto Rosa nas eleições do ano 2000.

15 – Tão enigmático quanto o anterior, o item número “15” demonstra a incompatibilidade do ex-prefeito com o PMDB/MDB e com suas principais lideranças, tendo juntamente com sua esposa da época, quando prefeita, movido séria perseguição ao trabalhador, honesto e respeitado companheiro Neto Rosa, inclusive por meio de duas ações judiciais, nas quais patrocinei a defesa e vencemos.

16 – Agora, depois de todos os fatos acima relatados, poucos meses após o falecimento da mais expressiva figura na história do PMDB/MDB de Santana da Boa Vista, o ex-prefeito Neto Rosa, as atuais lideranças do partido, tendo como único objeto a busca do poder pelo eventual somatório de votos, marcham para as próximas eleições em aliança com o principal inimigo e algoz do partido e de seu mais expressivo líder.

17 – Por todos os motivos acima expostos, e legitimado por minha história no partido, registrada em postagens anteriores, é que rotulo essa aliança de obscena. Sim, a total falta de respeito à história do partido e de seus construtores, mais do que a falta de vergonha, constitui uma obscenidade, na maior acepção desse termo.

A coligação do MDB com o ex-companheiro que traiu a legenda, hostilizou e perseguiu seu mais expressivo líder, além de outras históricas lideranças, não merece outro rótulo senão de ATO OBSCENO.

Postado no facebook nesta data. 

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