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domingo, 24 de novembro de 2013

EDUCAÇÃO DOS FILHOS - Formar cidadãos ou delinquentes juvenis?

Muito se tem falado sobre a educação das novas gerações, ou mais diretamente, na condição de pais, sobre a educação que estamos alcançando aos nossos filhos. E aqui não falo da escola, instituição para a qual parece que muitas vezes os pais pretendem transferir toda a responsabilidade. Falo da responsabilidade primária dos pais na orientação dos filhos para o convívio em sociedade, com respeito às normas de convivência, para o exercício da cidadania, como titular de direitos e de obrigações.

Um exemplo típico a ilustrar o tema proposto é o comportamento adotado por jovens que tem acesso ao uso de automóveis. Jovens educados em famílias que primam pelo respeito aos demais e, especialmente, pela segurança de seus filhos, fazem uso do carro como um utilitário que lhes permitirá melhores condições de mobilidade, seja para acesso ao trabalho, à escola ou em atividades sociais. Compreensível até alguma vaidade e exibicionismos típicos da juventude, desde que sem excessos que coloquem em risco a própria segurança ou de terceiros.

Em outro extremo vamos encontrar jovens que transformam esses mesmos utilitários em verdadeiras “máquinas de agressão” à tranquilidade e à segurança alheia, obrigando todos a compartilhar dos ruídos que chamam de “som”, em volume insuportável, independente de local e horário. Pior ainda, quando resolvem transformar a via pública em pista de acrobacias em alta velocidade, sem medir riscos e consequências.  As notícias frequentes de acidentes, por vezes com vítimas fatais, deveriam servir de alerta aos pais ao colocarem um carro à disposição de seus filhos.

Sem entrar no mérito quanto à utilidade de um automóvel, passo a comentar a responsabilidade dos pais ao colocar nas mãos de um filho o que poderá ser um utilitário ou uma arma, dependendo da educação familiar transmitida a esse jovem. É certo que filhos educados para respeitar os demais, dentro da premissa de que seu direito termina onde começa o direito do outro, não farão uso de seus carros “tunados” para perturbar o sossego alheio e, principalmente, conduzirão os veículos de modo responsável e seguro.

Em sentido contrário, filhos de pais que não tem noção de limites, que utilizam o carro como um símbolo máximo de status, que geralmente pensam (e transmitem aos filhos) que seu poder econômico ou político os coloca acima da lei, irão usar o carro de forma abusiva e irresponsável, podendo ir da simples perturbação do sossego (que já constitui ato ilícito) até a provocação de acidentes graves, muitas vezes com vítimas inocentes, ou ainda com a destruição do patrimônio público ou de terceiros. 

A título de reflexão, para a qual convido os pais desses moços que pilotam carros com alta parafernália sonora ou que costumam exibir-se perigosamente na via pública, deixo alguns questionamentos sobre a educação que estão dando a seus filhos:

- Sem o respeito às regras de convívio social e aos direitos dos demais, esperam que seus filhos venham a ser verdadeiros cidadãos?

- Ao negligenciar na vigilância ou “fazer vista grossa” para os excessos cometidos, não temem estar estimulando a transgressão às leis, que numa escala crescente poderá dar origem a um delinquente contumaz?

-  Independente da licitude dos atos e do respeito às regras de convívio social, não temem pela responsabilidade decorrente de acidente tendo terceiro como vítima ou, pior, de um dia vir a sentir-se culpados pela perda precoce de um filho em acidente de trânsito?

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